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   “Então os reis da terra, os príncipes, os generais, os ricos, os poderosos — todos os homens, quer escravos, quer livres, esconderam-se em cavernas e entre as rochas das montanhas.
   Eles gritavam às montanhas e às rochas: Caiam sobre nós e escondam-nos da face daquele que está assentado no trono e da ira do Cordeiro!
   Pois chegou o grande dia da ira deles; e quem poderá suportar?"
                                                                                         (
Apocalipse 6:15-17)

   Temos nessas palavras o retrato fiel da pirâmide social romana:

   Segundo J. Nelson Kraybill, esta pirâmide é o "diagrama das principais classes sociais no Império Romano, mostrando a hierarquia de poder, de imperador a escravo. Os termos gregos correspondentes (aqui com a tradução) aparecem em Apocalipse 6:15. Alguns libertos e homens livres ascendiam, por meio do exército ou do comércio. Pelo fato de seus senhores talvez lhes terem proporcionado treinamento e apoio financeiro, antigos escravos às vezes tinham maior progresso que os indivíduos livres que não tinham esse apoio".[1]

   Temos, então, praticamente a mesma hierarquia que João nos mostra em Apocalipse 6:

"os reis da terra"

"os príncipes, os generais, os ricos, os poderosos"

"todos os homens, quer escravos, quer livres"
  
   

   A princípio essa pirâmide social parece contradizer a interpretação preterista da profecia bíblica, pois os preteristas entendem que Apocalipse 6:15-17 refere-se aos castigos efetuados na "terra de Israel", no ano 70 d.C., em que os governantes, princípes e a população em geral dessa nação sofrem as consequências da ira do Cordeiro.

   Há também quem diga que os preteristas não podem dar explicações satisfatórias a respeito dos reis da terra se escondendo da ira de Deus nas cavernas e nas rochas no ano 70 d.C. Tais críticos afirmam que não há registros históricos sobre essas lamentações do reis da terra e que o império romano comemorou ao invés de lamentar sobre a destruição de Jerusalém.

   O problema dos críticos é que eles se concentram em um literalismo extremo, achando que o texto de Apocalipse sugere que as pessoas necessariamente vão se esconder "em cavernas e entre as rochas das montanhas" e gritarão em desespero. Embora isto possa ser possível no texto, basta somente que essa imagem de Apocalipse 6 seja uma representação do sofrimento vindo do castigo Divino.

   Na verdade, a pirâmide social romana indicada por João em Apocalipse 6:15-17 em nada vai contra a interpretação preterista, pelo contrário, reforça uma coisa: embora a grande tribulação estivesse concentrada em Jerusalém, as nações do império romano também sofreriam tribulação naqueles dias.

   Veja o que diz Apocalipse 3:10:

   "Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra".

    Uma coisa está em vista aqui: A "tentação que há de vir sobre todo o mundo" é uma referência ao mundo romano, pois a palavra grega para "mundo" é οἰκουμένη (oikoumene) e significa “terra habitada”. As pessoas em geral e os reis da terra habitada tiveram muito o que lamentar naqueles dias de provação.

   Um pequeno exemplo semelhante ao que João diz em Apocalipse 6:15-17 vemos registrado na história através do historiador judeu Flávio Josefo. Josefo relata angústia semelhante ocorrida na guerra contra Jerusalém (preste atenção nas palavras grifadas):

   “Suas tropas marcharam então para Betorom, sem que os judeus os atacassem, enquanto estavam em lugares espaçosos e descobertos, mas quando os viam em passagens estreitas e nas descidas, atacavam-nos pela frente, para impedir que avançassem, e pela retaguarda, para impeli-los ainda mais para os vales; onde, como eles ocupavam as elevações e eram em grande número, dizimavam-nos a golpes de flechas. A infantaria romana encontrava-se nessa situação, mas a cavalaria ainda estava em muito maior perigo, porque aquela grande quantidade de flechas impedia-lhe conservar as colunas na marcha, e aqueles lugares difíceis e escarpados não lhes permitiam enfrentar os inimigos. Por outro lado, como os judeus ocupavam todos os rochedos e todos os vales, os que pensavam ali se refugiar, eram logo mortos. Os romanos, vendo-se obrigados a não poder combater, nem fugir, ficaram tão desesperados, que soltavam imprecações e uivos de raiva, bem como derramavam lágrimas de aflição”.[2]

   Conforme eu escrevi em outra ocasião, esta "derrota dos romanos foi necessária para que os cristãos pudessem escapar de Jerusalém. Os cristãos seguindo as ordens de Jesus, aproveitaram a oportunidade para sair da cidade, enquanto os judeus estavam perseguindo nas montanhas o exército romano comandado por Céstio Galo:

   “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
   Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela”
.
                                                                                            (Lucas 21:20-21)

   Outro relato histórico do cumprimento de Apocalipse 6:15-17 vem das palavras do próprio Jesus:

   “Um grande número de pessoas o seguia, inclusive mulheres que lamentavam e choravam por ele.
   Jesus voltou-se e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não chorem por mim; chorem por vocês mesmas e por seus filhos!
   Pois chegará a hora em que vocês dirão: ‘Felizes as estéreis, os ventres que nunca geraram e os seios que nunca amamentaram!’
   “Então dirão às montanhas: ‘Caiam sobre nós!’ e às colinas: ‘Cubram-nos!’”
                                                                 (Lucas 23.27-30 – o grifo é meu)

   Por fim, todo o relato de Flávio Josefo e de outros historiadores confirmam que os horrores da guerra dos judeus contra Roma evidencia o cumprimento de Apocalipse 6:15-17, tanto dentro dos limites de Israel, bem como em todo o mundo romano.

   O teólogo David Chilton, em seu famoso comentário preterista sobre o Apocalipse, coloca Apocalipse 6:15-17 na seguinte perspectiva:

   "As imagens proféticas do Antigo Testamento ainda estão em vista como São João aqui descreve os apóstatas sob julgamento. Esta é a sétima fase da destituição: a destruição dos homens (mas este sétimo item da lista abre para revelar outro "sete" dentro do ataque como o sétimo selo e a sétima trombeta e, cada um contém o próximo conjunto de sete julgamentos), para sete classes de homens que são nomeados aqui, mostrando que a destruição é total, afetando pequenos e grandes semelhantemente: os reis da terra e os grandes homens e os comandantes e os ricos e os fortes e todo escravo e homem livre. Ninguém será capaz de escapar, seja qual for o privilégio, status ou insignificância. Toda a terra [de Israel] rejeitou a Cristo, e toda a terra [de Israel] está sendo excomungada. Novamente, os paralelos mostram que o julgamento sobre Israel é pretendido por essa profecia (confira Isaías 2 e 24-27), embora outras nações ("os reis da terra") serão afetados também.

   Como a terra [de Israel] é des-criada, e a revelação natural mediadora é removida colocando os pecadores face a face com a revelação nua do Santo e Justo Deus - os homens de Israel tentam fugir e buscar proteção em qualquer coisa que possa parecer oferecer refúgio. A fuga subterrânea em cavernas é um sinal de estar sob uma maldição (confira Gênesis 19:30-38). Assim eles se esconderam (confira Gênesis 3:8) nas cavernas e entre as rochas das montanhas (a lei do talião por seus maus tratos aos justos: Hebreus 11:38; confira Juízes 7:25), e eles disseram às montanhas e para as rochas: Caiam em nós e nos esconda da presença Dele quem senta no trono e da ira do cordeiro; pois o grande dia da sua ira chegou; e quem é capaz de suportar? (ver Naum 1:6; Malaquias 3:2). A interpretação dada aqui é novamente confirmada: essa passagem não está falando do fim do mundo, mas do fim de Israel no ano 70 d.C. A origem do simbolismo usado aqui está na profecia de Oséias contra Israel:

   "Também será levada para a Assíria como um presente ao rei Jarebe; Efraim ficará confuso, e Israel se envergonhará por causa do seu próprio conselho.
   O rei de Samaria será desfeito como a espuma sobre a face da água.
   E os altos de Áven, pecado de Israel, serão destruídos; espinhos e cardos crescerão sobre os seus altares; e dirão aos montes: Cobri-nos! E aos outeiros: Caí sobre nós!"

                                                                       (Oséias 10:6-8)

   Jesus citou este texto em seu caminho para a crucificação, afirmando
que seria cumprido na idolatria de Israel durante as vidas daqueles que estavam então presentes (Lucas 23:27-30).

   Como as igrejas na Ásia Menor estavam lendo esta visão pela primeira vez, os juízos profetizados já estavam ocorrendo; o Fim estava se aproximando rapidamente. A geração que rejeitou o Filho do senhor da vinha (confira Mateus 21.33-45) logo estaria gritando essas mesmas palavras. O Senhor crucificado e ressuscitado estava vindo para destruir os apóstatas. Este seria o grande dia da ira derramada do Cordeiro, a quem eles haviam matado".[3]

 

Saiba mais sobre esta escatologia otimista, acesse todo o conteúdo do site www.revistacrista.org

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* César Francisco Raymundo é editor da Revista Cristã Última Chamada.    Saiba mais sobre o autor clicando aqui

 

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Notas:

1. Culto e Comércio Imperiais no Apocalipse de João, pg. 102. J. Nelson Kraybill. Editora Paulinas, 2004.

2. História dos Hebreus – De Abraão à queda de Jerusalém – Obra Completa, pág. 1890. 24ª Impressão: Outubro 2013 - Tiragem 5.000. Copyright © 1990 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembléias de Deus.

3. The Days of Vegeance - An Exposition of the Book of Revelation - pg. 197. Copyright © 1987 by Dominion Press. Published by Dominion Press P.O. Box 8204, Ft. Worth, Texas 76124. Disponível para download gratuito no www.revistacrista.org

 

 

 

 

 

A pirâmide social descrita em Apocalipse 6:15-17 e a interpretação preterista
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Por César Francisco Raymundo*