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A Vinda do Novo Pacto
Por David Chilton
___________

 

Tradução: Paulo Tiago Moreira Gonçalves

 

 

...Temos visto nos capítulos anteriores como a mensagem da desolação que se aproximava de Jerusalém tinha uma importância central para o Novo Pacto. O livro de Apocalipse não difere do que temos dito. Este declara especificamente, em seu primeiro versículo que não trata do fim do mundo em um futuro distante, mas sim das “coisas que devem acontecer muito em breve.” No terceiro versículo os leitores recebem a notícia de que o tempo para que as profecias se cumpram “está próximo”. Ambas as declarações são também repetidas no encerramento do livro (ver Ap. 22:6, 10). Suas profecias dirigem-se claramente – ainda que de forma simbólica – contra “A Grande Cidade, onde também nosso Senhor foi crucificado” (Ap. 11:8; 14:8; 16:19; 17:18). Como o resto do Novo Testamento, o livro de Apocalipse segue o exemplo de Cristo ao predizer a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.

...Como eu expliquei detalhadamente em meu comentário, “Dias de Vingança”, João escreveu Apocalipse na forma bíblica padrão de um “julgamento com base no Pacto” dado pelos profetas hebreus (sendo eles a parte acusadora que representa Deus) contra a rebelde nação de Israel. Através de uma miríade de símbolos adaptados das profecias do Antigo Testamento, João estabeleceu dois pontos principais: primeiro, Israel havia quebrado o Pacto com o Senhor; segundo, em virtude de Sua encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão, Jesus Cristo introduziu um novo e último pacto, infalivelmente, por Sua vitória sobre o pecado e a morte.

...A imagem fundamental disto no livro de Apocalipse está apresentada na primeira visão da Côrte do céu (Cap. 4 e 5). São João viu o Senhor sentado sobre o Trono e tendo um livro “selado com sete selos (indicando a seus leitores que era um tipo de testamento) e escrito por dentro e por fora.” Qualquer leitor cristão do primeiro século teria compreendido o significado disso imediatamente, pois é fundamentado na descrição dos Dez Mandamentos. As duas tábuas do Testemunho (que eram cópias duplicadas da Lei) foram escritas na frente e atrás (Êx. 32:15).

...Uma analogia disto é encontrada nos tratados de senhorio do antigo Oriente Médio: um rei vitorioso (senhor feudal) imporia um tratado / pacto com o rei derrotado (vassalo) e com todos os que estavam sob a autoridade do vassalo. Eles preparavam duas cópias do tratado (como em contratos moderno) e cada uma das partes colocava sua cópia do contrato na casa de seu deus, como um documento legal comprovando a transação. É claro que, no caso de Israel, o Senhor era tanto Senhor e Deus, de modo que ambas as cópias do convênio foram colocados no tabernáculo (Êxodo 25:16, 21; 40:20, Deuteronômio 10:2).

...Então, a ideia do Pacto é central na mensagem de Apocalipse. A profecia de São João é apresentada desde o princípio como parte do Canon da Santa Escritura, escrita primariamente para ser lida na liturgia (1:3). Usa-se o simbolismo do tabernáculo na Doxologia de Abertura (1:4-5), e se declara que a igreja está constituída como o Novo Reino de Sacerdotes, tal como Israel havia sido no Sinai (1:6). O tema do livro, afirmado em 1:7, é a vinda de Cristo na Nuvem de Glória; logo, quase imediatamente, São João usa três palavras que se encontram quase sempre através da Bíblia em relação à atividade de fazer pactos: Espírito, Dia, e Voz (1:10).

...A seguinte visão de Cristo como glorioso Sumo Sacerdote (1:12-20) combina muitas imagens do Antigo Testamento – a nuvem, o Dia do Senhor, o Anjo do Senhor, o Criador e Soberano Universal, o Filho do Homem (Último Adão), o Vencedor das nações, o sustentador da Igreja – todos estão relacionados com as profecias da vinda do Novo Pacto. A visão continua com a mensagem de Cristo as igrejas, ao estilo de narração da história do pacto (Cap. 2-3). No capítulo 4, São João vê o Trono, apoiado pelos querubins e rodeado pelo sacerdócio real, todos cantando louvores a Deus, acompanhados por relâmpagos, vozes e tronos, semelhante a o que ocorreu no Sinai. Não deve nos surpreender que esta magnífica exibição de imagens relativas ao estabelecimento de um pacto culmine com a visão de um documento / tratado, escrito por dentro e por fora, na mão daquele que está assentado sobre o trono. O livro é nada menos do que a vontade do Cristo ressuscitado e elevado: o Novo Pacto.

...Mas a vinda do Novo Pacto implica o envelhecimento do antigo pacto e o julgamento da Israel apóstata. Como já observamos brevemente, os profetas bíblicos falavam em termos de estrutura do tratado com base do pacto, atuando como advogados de acusação em nome do Senhor feudal divino, instituindo uma ação do pacto contra Israel. A imagem de um documento registrado em ambos os lados também é usada na profecia de Ezequiel, que João usou como modelo para a sua profecia. Ezequiel fala de receber um rolo de papel contendo uma lista de ações judiciais contra Israel:
E disse-me ele: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais têm transgredido contra mim até o dia de hoje... E quando olhei, eis que tua mão se estendia para mim, e eis que nela estava um rolo de livro. E abriu-o diante de mim; e o rolo estava escrito por dentro e por fora; e nele se achavam escritas lamentações, e suspiros e ais. (Ezequiel 2:3-10)

...Ao observar a abertura do Novo Pacto, João viu também as maldições do Antigo Pacto cumpridas sobre o povo apóstata do pacto. Essa conclusão chega a ser cada vez mais clara ao ver o movimento geral da profecia. Os Sete Selos do Livro são abertos a fim de revelar o conteúdo do Livro; porém ao abrir-se o Sétimo Selo se inicia a entrada das Sete Trombetas (8:1-2). A visão final da seção das trombetas termina com um quadro horroroso da Grande Vindima, na qual as “uvas de ira” humanas são pisadas e a Terra é inundada com uma correnteza de sangue (14:19-20). Isto conduz diretamente a seção final de Apocalipse, onde João vê que o sangue do Lagar é derramado das Sete Taças de ira (16: 1-21), portanto, a impressão que deveríamos compreender as Sete Taças de ira como o conteúdo da Sétima Trombeta, “o último ai” que cai sobre a Terra. (ver 8:13; 9:12; 11:14-15; 12:12). Tudo isso – os Selos, as Trombetas, e as Taças – são o conteúdo do Livro de sete selos, o Novo Pacto.

...Porém existe uma crise: São João descobre que não há nada em toda a criação – “ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele.” Ninguém podia satisfazer as condições requeridas para ser Mediador do Novo Pacto. Todos os mediadores prévios – Adão, Moisés, Davi, e os demais – fracassaram nessa tarefa. Ninguém pôde quitar o pecado e a morte porque todos pecaram, e estavam continuamente destituídos da glória de Deus (Romanos 3:23). Os sacrifícios de animais não podiam quitar os pecados verdadeiramente, porque tal coisa era impossível (Hebreus 10:4); e o sumo sacerdote que oferecia os sacrifícios também era um pecador, “rodeado de fraqueza” (Hebreus 5:1-3; 7:27) porque pela morte eram impedidos de permanecer (Hebreus 7:23). Não foi possível encontrar alguém para garantir um melhor pacto. Com o anseio profético e a tristeza da Igreja do Antigo Pacto, João começou a chorar muito. O novo pacto havia sido oferecido por aquele que estava sentado no trono, mas ninguém era digno de agir em nome de Deus e do homem para ratificar o pacto. O livro de sete selos continuaria selado.

...Imediatamente, João é consolado por um Ancião que diz (literalmente): “Não chore: eis que ele venceu”. A igreja, portanto, prega o evangelho de João, e parece que o Ancião está tão comovido com sua mensagem que revela o clímax antes de revelar quem venceu. Depois, descreve Cristo, o Vencedor, como o Leão da tribo de Judá, o cumprimento forte e poderoso da antiga profecia de Jacó para seu quarto filho:

...Judá é um leãozinho. Subiste da presa, meu filho. Ele se encurva e se deita como um leão, e como uma leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence; e a ele obedecerão os povos. (Gênesis 49:9-10)

...Foi a Davi, o Leão vencedor de Judá do Antigo Pacto, a quem Deus revelou tanto o plano do Templo (1 Crônicas 28:11-19) como o plano do Pacto Eterno, a “Carta da Humanidade” pela qual o Sacerdote-Rei que viria traria a benção de Abraão a todas as nações (2 Samuel 7:18-29; 23:2-5; 1 Crônicas 17:16-27; Salmos 16; 110; Atos 2:25-36). Finalmente, o Grande Filho de Davi veio e conquistou, estabelecendo o domínio para sempre, e inaugurando o pacto. Personificando e cumprindo de todas as promessas do pacto. Ele é aquele “a quem pertence o pacto”

...Cristo também é chamado de Raiz de Davi – uma expressão estranha, para nosso modo de pensar. Podemos compreender este termo com mais facilidade a partir de Isaías: “Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.” (Isaías 11:1). Como descendente de Isaías e Davi, Jesus podia ser chamado de “Renovo” (Jeremias 23:5; Zacarias 3:8); Porém como ele podia ser chamado de Raiz? Nossa perplexidade tem origem em nossas perspectivas não bíblicas de como a história atua. Estamos acostumados a entender a história como se fosse uma máquina Rube Goldberg cósmica, mova uma alavanca em uma extremidade e uma série de acontecimentos chocam-se uns contra os outros como peças de dominó, e produzem qualquer coisa na outra extremidade da máquina. Somente por pura causa e efeito, cada evento provoca outros efeitos em ordem cronológica direta.

...Agora, isso é verdade - mas não toda a verdade. De fato, por si só e independentemente, não é verdade em absoluto, porque essa tese é evolutiva nos seus pressupostos, em vez de bíblica. A história não é simplesmente uma questão do passado causando o futuro; também é certo que o futuro causa o passado!

...Uma ilustração simples pode nos ajudar a entender isso. Digamos que alguém te vê embalando um almoço num recipiente num sábado de manhã, e pergunta o motivo. Você responde: “Porque eu estou indo fazer um piquenique no parque hoje.” O que aconteceu? Em certo sentido, o futuro - o piquenique planejado - determinou o passado, Já que você queria ter um piquenique no parque, então planejou um almoço. Logicamente, o piquenique precedeu e causou a preparação do almoço, mas foi seguido em ordem cronológica. Da mesma forma, Deus desejava glorificar-se em Cristo Jesus, portanto, criou a Jessé e Davi, e todos os outros ancestrais da natureza humana de Cristo, para trazer o seu Filho ao mundo. A raiz da existência de Davi era o Filho de Davi, Jesus Cristo. O “efeito” determinou a “causa”!

...Assim, o Senhor Jesus Cristo é apresentado na forma mais radical possível como Centro de toda a história, tanto como Raiz divina quanto como Renovo, O Principio e o Fim, o Alfa e Omega. E assim, como Leão conquistador e Raiz Soberana Ele prevaleceu para poder abrir o Livro – o Novo Pacto – e seus sete selos. É interessante, todavia, que quando João vira para ver Quem é descrito desta forma, ele vê um Cordeiro diante do Trono. O propósito não é dizer que Jesus seja “igual a um cordeiro” no sentido de ser manso, doce, e suave. Cristo é chamado de Cordeiro, não porque Ele é “Amável”, mas sim por causa de Sua obra. Ele é o cordeiro imolado, “que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Então, o centro da história é a obra expiatória consumada de Cristo. A base de Sua majestade mediadora (Cristo como Leão) é Sua expiação mediadora (Cristo como Cordeiro). Por causa de Seu sacrifício ele foi exaltado ao lugar de supremo domínio e autoridade. Cristo recebeu a vitória por meio de Seu sofrimento e morte redentora a nosso favor.

...Isso significa que o entendimento de Cristo com respeito à criação e a história origina-se não da própria história, mas sim do fato de que é Ele o Criador e Redentor do mundo. Assim, então, com base em Sua Pessoa, Sua obra, e Sua posição exaltada como Salvador e Governador do Mundo, Jesus Cristo ascendeu ao céu, aproximou-se do Trono de Seu Pai, e pegou o Novo Pacto da destra daquele que estava sentado sobre o Trono (Apocalipse 5:7). Já vimos como o profeta Daniel descreve:

...Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído. (Daniel 7:13-14)

...A principal mensagem da Bíblia é a salvação através de Jesus Cristo, o mediador do Novo Pacto. Fora de sua obra, através da qual adquiriu posse do pacto eternamente, não há esperança para a humanidade. Ele venceu esmagadoramente para abrir o tratado do grande rei; e por meio dele, nós também somos mais que vencedores.

...Nos últimos versículos de Apocalipse 5, São João mostra a resposta da Igreja a tudo isso na adoração, louvando a Deus pelo resultado da obra de Cristo. Seu “Novo Cântico” se regozija no fato de que Cristo comprou a Seu povo de todas as nações, não só para redimi-los do pecado, mas também para capacitá-los para cumprir o Mandamento de Domínio original de Deus para os homens (Gênesis 1:26-28; Mateus 28:18-20).

...Como o segundo Adão, Cristo coloca diante de sua nova criação (os cristãos) a tarefa que Adão não cumpriu – desta vez, no entanto, sobre o inabalável fundamento de sua morte, ressurreição, e ascensão. A salvação tem um propósito, salvar a, e salvar de. Cristo formou o seu povo para todos sejam reis e sacerdotes para nosso Deus, e lhes assegurou seu destino, “e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.” (Apocalipse 10). Isto nos mostra a direção da história: os redimidos do Senhor, que já são uma nação de sacerdotes reais, se movem em direção ao domínio absoluto que Deus havia planejado como seu programa original para o homem. Em Adão, se havia perdido; Jesus Cristo, o segundo Adão, nos redimiu e nos restaurou ao nosso sacerdócio real, para que possamos reinar sobre a terra. Por meio da obra de Cristo, conquistamos a vitória definitiva sobre Satanás. Temos promessas de maiores vitórias, cada vez mais autoridade e domínio, à medida que cumprimos o Evangelho e a Lei do grande Rei através do mundo.

...A Igreja dos tempos de São João estava passando por um período de provas e perseguições. E já estava vendo o que, em uma era sensata, raramente se poderia imaginar: Uma união entre Israel e as Bestas malignas do Império Romano. Estes cristãos necessitavam compreender que a história não era governada pela casualidade nem por homens maus e nem sequer pelo diabo, mas sim desde o Trono de Deus por Jesus Cristo. Necessitavam ver que Cristo já estava reinando, que havia tomado o mundo das mãos de Satanás, e que precisamente nesse momento todas as coisas no céu e na terra estavam predestinadas a reconhecê-lo como Rei. Necessitavam ver a si mesmos em sua verdadeira condição: Não como tropas esquecidas e solitárias lutando em uma batalha destinada ao fracasso, mas sim como Reis e Sacerdotes, vencendo a guerra, predestinados a vitória, com a absoluta certeza da vitória e do domínio com o Grande Rei sobre a terra. Eles precisavam da História Filosófica Bíblica: a de que toda história, criada e controlada pelo governo pessoal de Deus, avança inexoravelmente para o domínio universal do Senhor Jesus Cristo. A Nova e Última Era da história chegou, o Novo Pacto veio. Eis que Ele venceu!

 

Data: 4 de Julho de 2012