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Declaração

   “Em verdade vos digo, esta geração não passará sem que todas estas coisas aconteçam.” Mat. 24:34

   Este é o texto padrão dos preteristas católicos na tentativa de resguardar o argumento de que Jesus profetizava sobre a destruição de Jerusalém em todo o capítulo 24 de Mateus. Afirmam aqui que foi um período de 40 anos, o período de uma geração, entre 30 dC e 70 dC, culminando com a queda da cidade. Segundo eles, Jesus prometeu que a geração que estava viva no seu tempo de modo algum passaria até que todas estas coisas (a abominação da desolação, a grande tribulação, sinais no céu, angustias das nações…) ocorressem”.[1]

Refutação

   É bom que fique claro que o preterismo não é algo exclusivo do catolicismo romano (vou falar desse tema nos próximos tópicos). Essa velha tática de desmoralizar uma doutrina só porque a mesma também é ensinada por algum segmento supostamente questionável, no caso, o catolicismo; é uma ideia absurda, porque o critério deveria ser somente a Escritura para julgar qualquer doutrina ou prática.

Declaração

   “Sua inconsistência é incrível. Eles espiritualizam a vinda do Senhor e a parte das calamidades cósmicas de Mat. 24 ao máximo, mas depois eles invertem completamente “esta geração” tornando-a literal à enésima potência!”[2]

Refutação

   Na verdade, a inconsistência vem do articulista. Não é o intérprete que deve dizer o que é espiritualizado ou literal conforme seu sistema de interpretação. Os atuais intérpretes das Escrituras perderam a noção do que realmente é uma interpretação profética. Sobre este assunto, veja a seguir o que um outro autor disse a respeito da espiritualização das calamidades cósmicas de Mateus 24:29-31, quando refutou o livro “Os últimos dias segundo Jesus” de R. C. Sproul:

   “Sproul concorda com a “espiritualização” do trecho de Mt 24.29-31, entendendo que a volta de Cristo, mencionada ali, se cumpriu por ocasião da queda de Jerusalém, ocasião em que Cristo teria “vindo” para julgamento da nação judaica (pg. 130).

   Confesso que fiquei chocado com o postura de Sproul nesta obra, especialmente devido às suas contradições no decorrer do livro. Por exemplo: ao mesmo tempo em que concorda com a espiritualização do trecho de Mt 24.29-31, ele reserva um capítulo inteiro, o Capítulo 5 (“O que dizer sobre a destruição de Jerusalém?”) para demonstrar que alguns dos acontecimentos presentes nesse trecho bíblico aconteceram literalmente. Isso mesmo. Sproul nos revela, no Capítulo 5, que na época da queda de Jerusalém houve, de fato, “sinais nos céus”:

   “É significativo... que foram registrados sinais nos céus por outros historiadores, que narraram eventos da destruição de Jerusalém” (pg. 102)

   Citando os escritos de Flávio Josefo, Sproul diz o seguinte:

   “Talvez seja mais significativa sua referência ao cometa que apareceu no céu e permaneceu visível durante um ano” (pg. 102)

   O que me deixa pasmo é que Sproul não se constrange em citar certos eventos extraordinários como tendo tido um cumprimento literal do que é dito em Mt 24, ao mesmo tempo em que nega o cumprimento literal de outros eventos. Note que ele aceita a literalidade dos “sinais nos céus”, porém nega a aparição de Cristo entre as nuvens e acompanhado de Seus anjos. Isso é, no mínimo, estranho...”

   Com respeito à espiritualização de Mt 24.29-31, eu diria o seguinte: O que nos revela o contexto de Is 13.9, 10, 13 e Is 34.3-512?

   Quanto a Is 13.9, 10 e 13, que fala da queda da Babilônia, veremos que todo o contexto imediato está impregnado de metáforas (vs. 4, 5, 7 e 8). Se olharmos para Is 34.3-5, que se refere ao juízo de Deus sobre Bozra, capital de Edom, veremos também que todo o contexto imediato está cheio de metáforas (vs. 6-10).

   Note, porém, que o contexto imediato de Mt 24 traz uma narrativa com todas as características de um relato histórico, do começo ao fim [Leia Mateus 24:5-33].

   Creio que qualquer leitor de bom-senso há de reconhecer, por mais leigo que seja, a grande diferença entre o tipo de relato que temos em Isaías 13 e Isaías 34 e o relato de Mateus 24”.[3]

   Esse articulista citado acima – assim como a maioria deles – parece não ter aprendido que na profecia há uma mistura de partes literais e simbólicas. Isto encontramos no sermão profético de Mateus 24. É claro que há diferença entre o tipo de relato do Antigo para o Novo Testamento, mesmo porque depois que Jesus veio ao mundo, não estamos vivendo mais sob sombras, mas na realidade que é Cristo. As profecias de Jesus são muitíssimas mais claras do que as do Antigo Testamento. Isto não quer dizer que não haja algum elemento simbólico nelas, mas se o articulista considera que o contexto imediato de Mateus 24 traz um relato histórico do começo ao fim, porque, então, ele não reconhece a historicidade da frase “esta geração”? Porque ele não trata a frase “não passará esta geração” de maneira literal (Mateus 24:34)? Se a literalidade de Mateus 24:34 for levada a sério, teremos o cumprimento de Mateus 24 exatamente no primeiro século da era cristã.

   Qualquer leitor leigo ou não saberá que Mateus 24 tem partes que não podem escapar do literalismo. Todavia, se o mesmo leitor pertence ao século 21, ele não está habituado com a linguagem de um judeu do primeiro século da era cristã. Os discípulos de Jesus ao ouvirem suas palavras em Mateus 24, por serem judeus e estarem habituados com a linguagem profética, com certeza souberam diferenciar o literal do simbólico.

   Quando vejo os críticos dizendo que o preterismo espiritualiza ou alegoriza certas passagens bíblicas, tenho a impressão de que querem dizer que os preteristas acham que a profecia seria uma história da carochinha que só serve de exemplo, sem nenhum cumprimento literal de alguma forma ou outra.

   Quando Jesus diz em Mateus 24:29 que “o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados”, os discípulos puderam associar com outras passagens do Antigo Testamento que falam dos mesmos eventos cósmicos sem cumprimento literal do SIMBOLISMO EM SI. Sim! Preste atenção no detalhe que vou explicar a seguir, detalhe este que muitos têm negligenciado ou não sabem explicar. Na verdade, toda profecia tem cumprimento literal, mas o que difere são as formas de como ela vai se cumprir. Nas passagens simbólicas, o SÍMBOLO EM SI MESMO não tem cumprimento literal, mas o que está por detrás do símbolo é o que se cumpre literalmente.

   Veja um exemplo do livro do Apocalipse quando João teve a visão de um dragão. Este simbolismo não teve cumprimento literal, ou seja, não iria aparecer um dragão de verdade voando pelo espaço aéreo de algum país. Todavia, o que o simbolismo esconde é que por detrás da figura do dragão existe um ser espiritual chamado diabo ou satanás. É como a bandeira do Brasil; ela é o simbolismo que representa a nação brasileira, mas a nação literal não é a bandeira em si. O que está por detrás da bandeira é uma nação literal com pessoas, cidades, capitais, rios, praias e matas. A bandeira em si mesma não é o cumprimento literal.

   Deve ser entendido também que junto a linguagem simbólica há também uma linguagem literal ou mais direta. A profecia pode ser misturada com essas duas linguagens. Quando o Senhor falou de “guerras”, Ele expressou a questão já em seu sentido literal, sem que o intérprete precise procurar por explicações adicionais. Mas, quando o Senhor fala em sol escurecendo, lua não dando sua claridade e as estrelas caindo do céu, este tipo de linguagem deve ser procurada no Antigo Testamento. 
                   
Declaração

   “Esse segmento do preterismo não saberia explicar o motivo de haver angustia das nações justamente acontecendo enquanto Roma se prepara para destruir Jerusalém”.[4]

Refutação

   Embora a grande tribulação estivesse concentrada em Jerusalém, houve sim angústia entra as nações. Por exemplo, durante o tempo antes da queda de Jerusalém inúmeros conflitos e revoluções ocorreram. Esses acontecimentos estão registrados no livro Guerra dos judeus do escritor Flávio Josefo. Mais de vinte mil pessoas foram mortas em Cesaréia em uma disputa entre judeus e sírios concernente ao governo da cidade. Na cidade de Alexandria, houve um conflito entre judeus e gentios e morreram mais de cinquenta mil. A população local de Damasco conspirou contra os judeus e abateram mais de dez mil pessoas desarmadas. 

   "Além desses conflitos envolvendo judeus, o império romano viveu dias de convulsão social. Revoltas, conspirações, e guerras envolvendo muitas nações foram o cotidiano da população daquele império. Roma tornou-se uma verdadeira máquina de guerra”.[5]

   O grande problema de nosso atual ensinamento a respeito do tempo do fim, é que os modernos intérpretes o ensinam como se fosse aqueles filmes futuristas de hollywood. Explosões atômicas, caças de guerra e um futuro altamente tecnológico, é o que permeia os púlpitos das igrejas. Nunca me canso de falar que desde quando abracei a fé no finalzinho da década de oitenta, nunca vi até hoje nenhuma pregação sobre escatologia que não tivesse a fantasia ou o cenário parecido com os atuais filmes futuristas. Os pregadores de escatologia de nosso tempo estão tão mergulhados nesse tipo de fantasia que somente uma mudança radical pode livrá-los de tais ideias. O testemunho que tenho de muitos que passaram por tal mudança é de que se leva até dois anos para “desintoxicar” a mente das falsas ideias escatológicas.         

Declaração

   “Mas não é só isso não; tomando por base esse versículo e um par de outros, eles se defendem afirmando que todas as coisas descritas abaixo ocorreram antes da queda de Jerusalém,

– Os eventos da Tribulação (de que fala o Livro do Apocalipse), a abominação da desolação

   Um detalhe, a abominação da desolação não foi colocada no templo, pois Tito o destruiu totalmente, não deixando pedra sobre pedra. A abominação da desolação é a presença do Anticristo no Templo. No entanto, se acreditam mesmo que esse abominável foi Nero César, devem explicar porque, pois o imperador romano nunca esteve em Jerusalém!”[6]

Refutação

   A abominação da desolação não foi colocada no templo? Veja o que na versão do sermão profético descrito no evangelho de Lucas 21:20-24 diz:

   “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
   Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela.
   Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito.
   Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo.
   Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles”.

   Por causa do público alvo de Mateus (que eram os judeus), o evangelista citou o “abominável da desolação” descrito no profeta Daniel. Para Lucas cujo público eram os gentios, o “abominável da desolação” era Jerusalém cercada de exércitos. A invasão da cidade e a destruição de seu templo seria a grave profanação abominável que traria destruição.
  
Declaração

   “Em verdade vos digo que esta geração de modo algum passará até que todas essas coisas aconteçam.”

   Mas, de que “geração” Jesus está falando?  Jesus dizia também que a nação de Israel jamais pereceria. Obviamente Jesus também estava olhando para o futuro e falando da geração de pessoas que vão estar vivas durante os eventos que Ele descreveu sobre o período da Tribulação em Mateus capítulo 24”.[7]

Refutação

   De que “geração” Jesus está falando? É óbvio que é a de seus contemporâneos, pois se diz “esta geração” e não “aquela” ou “essa geração”. Se Jesus “estava olhando para o futuro e falando da geração de pessoas que vão estar vivas durante os eventos”, como os discípulos tão habituados com a expressão “esta geração” deveriam deduzir que se tratava de uma geração futura. O problema todo ficaria resolvido se fosse dito “aquela geração”.

   Outro detalhe do articulista que não pode passar despercebido, é que ele disse que “a nação de Israel jamais pereceria” segundo as palavras de Jesus. Se o articulista entende que a “geração” da grande tribulação seja a “raça” judaica, então, pelas palavras de Jesus, essa raça passaria ou deixaria de existir, pois Ele foi muito claro quando disse que a "geração" que visse toda a grande tribulação deixaria de existir.

   Por fim, não são os preteristas que tornam “esta geração” à enésima potência como disse o articulista no início, mas, na verdade, são os atuais intérpretes que forçam a barra tratando TUDO como literal. Temos de ter cuidado com a palavra profética e sermos equilibrados na interpretação da linguagem. Conforme já deixei claro a pouco, o que é claramente literal é literal (sem muitas explicações), e o que está escrito simbolicamente terá o cumprimento literal daquilo que o símbolo esconde. Neste último caso, deve-se procurar a explicação da Escritura sobre o que o símbolo significa.

 

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Este texto faz parte do e-book "Equívocos e Contradições do Preterismo?" que já está disponível para download.

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* César Francisco Raymundo é editor da Revista Cristã Última Chamada.
   Saiba mais sobre o autor clicando aqui  

 

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Notas:

1. Artigo: A geração que não passará
    Autor: A Franco
   Site: https://agrandecidade.com/2011/10/11/a-geracao-que-nao-passara/
   Acessado 14 de julho de 2016

2. Idem nº 1.

3. Análise do livro Os últimos dias segundo Jesus, de R. C. Sproul
    (análise realizada em setembro de 2006), pág. 7.
   Site: www.evangelicosdobrasil.com/arquivos/textos/BOOK-5lh.pdf
   Acessado 14 de julho de 2016

3. Idem nº 1.

4. Predições de Cristo
    Revista Cristã Última Chamada, pág. 5.
    Dezembro de 2011.
    Site: www.revistacrista.org

5. Idem nº 1.

6. Idem nº 1.

7. Idem nº 1.

 

 

 

 

 

 

Preterismo > Equívocos no Apocalipse
A geração que não passará

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Por César Francisco Raymundo*