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Declaração

   “Lucas 11:49-51 “… Por isso diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros; Para que desta geração seja requerido o sangue   de    todos    os profetas que, desde a fundação   do   mundo, foi derramado; Desde o sangue de Abel, até ao sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido desta geração…”.

   Aqui o Senhor Jesus sentencia “Jerusalém” a uma pena terrível quando joga sobre seus ombros toda a responsabilidade pelas mortes dos profetas do Antigo Testamento.

   No entanto, fica uma lacuna, pois se comparamos esta palavra com outra sentença em Apocalipse que descreve a queda de Babilônia descobrimos algo curioso. Observamos no texto, que Deus exige de Babilônia o sangue dos profetas, o sangue das testemunhas de Jesus e o sangue DOS APÓSTOLOS. Podemos inferir pelo contexto de Lucas que os Apóstolos foram perseguidos por Jerusalém, mas não mortos por ela. Note abaixo que a profecia em Apocalipse incluiu Apóstolos e testemunhas de Jesus.

Apocalipse 18

20  Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela.

24   E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos [Apóstolos], e de todos os que foram mortos na terra.

Apocalipse 17

6   E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos [Apóstolos], e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.

   Além disso, Jerusalém jamais poderia ser responsável pelos milhões de cristãos que foram martirizados depois de sua destruição. E aqui entra mais uma questão crucial que precisa ser respondida pelo preterismo: Por que a sentença muda em Apocalipse quando responsabiliza Babilônia pelo sangue de todos que foram mortos sobre a terra, omitindo a expressão “desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias”, se o julgamento é mesmo sobre a Jerusalém de 70 dC?[1] (o grifo é meu)

Refutação

   Em primeiro lugar, assim como todos os intérpretes modernos, o articulista tira o Apocalipse de seu contexto histórico. De fato, Jerusalém não foi responsável pelos milhões de cristãos martirizados depois de sua queda no ano 70 d.C. Jerusalém apenas completou seus pecados e sofreu as consequências de tudo o que foi praticado desde o justo Abel até o último dos mártires. 

   Ao tirar o Apocalipse de seu contexto histórico, o articulista nega o significado da palavra “terra” nos dias de João. Sabe-se que por “terra” era entendido “terra de Israel”. As demais nações em contraste com a “terra” eram chamadas de “mares”. Ainda que a referência ao solo pudesse ser limitada ao local onde as pessoas viviam, naquela época não havia o entendimento de que terra significasse o “Planeta terra”.

   Portanto, os mortos sobre a terra é uma referência clara aos mártires daquela região desde os tempos do Antigo Testamento. João não se esqueceu dos mortos de Abel até Zacarias, pelo contrário, assim como Jesus ele amplia o assunto ao falar de outros que seriam mortos nos tempos da igreja primitiva.

   O Senhor Jesus fez essa ampliação antes de falar de Abel e Zacarias, observe:

   “Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar.
   Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração”.
                                                               (Mateus 23:34-36 – o grifo é meu)

   O Senhor é claro ao dizer que ainda enviaria os seus servos para aqueles que o estavam ouvindo naquele momento. Isto era “para que” como castigo recaísse “todo o sangue justo derramado” sobre aqueles judeus. Assim, conforme as próprias palavras de Cristo, eles ainda iriam crucificar, perseguir e matar todos os que fosse enviados por Ele. 

Declaração      

   “Lucas escreveu seu Evangelho por volta de 60; uma vez que a conclusão de Atos mostra Paulo em Roma, sabemos que o Evangelho de Lucas foi escrito antes disso (Atos 1:1). Por outro lado, se Lucas tivesse escrito seu Evangelho depois de 70 dC, certamente falaria sobre a destruição de Jerusalém.  Portanto, se seguimos a cronologia preterista, João ja estava em Pátmos se preparando para escrever sobre as visões do Apocalipse ao mesmo tempo em que Lucas redigia o Evangelho. Se fosse mesmo verdade que os dois escritores estavam tão perto um do outro na escrita, por que em Apocalipse João não repete a sentença, “a vingança pelo sangue de Abel até Zacarias”, mas ali fala de Apóstolos e testemunhas de Jesus?”[2]

Refutação

   Porque deveria João repetir a sentença de Lucas 11:49-51? Eu fico pasmo com os nossos iluminados intérpretes bíblicos do século 21! É a mesma coisa se alguém pegar as milhares de páginas que eu escrevi até agora, e disser que deveria ser “assim” ou “assado” e que eu deveria ter escrito por causa “disto” ou “daquilo”. Tenha santa paciência! Aliás, se levarmos ao pé da letra, há tanta coisa que João poderia ter citado, mas acabou não citando! 

   Veja o exemplo da geração que veria os acontecimentos do Apocalipse. Os três evangelhos são unânimes quando declaram: "Não passará esta geração..." (Mateus 24:34; Marcos 13:30; Lucas 21:32). Ao invés de usar o termo "esta geração" para expressar o tempo do acontecimento das profecias, João apenas se utiliza do termo "em breve" ou "sem demora". Se fosse para seguir a lógica do articulista, João teria que ter escrito "não passará esta geração".

Declaração

   “Testemunhas de Jesus e apóstolos só poderiam ter sido martirizados depois da morte do Senhor. O que temos aqui é muito sério, e nos estimula à uma pergunta importante:  Quantas testemunhas do Senhor Jesus e Apóstolos morreram antes de 70 dC ao ponto de Apocalipse conclamar que se alegrem pela vingança de seu sangue? Por que este estardalhaço todo para vingar uma dúzia de testemunhas do Senhor e menos de três Apóstolos?”[3]

Refutação

   Ainda que fosse uma só testemunha de Jesus, deveria haver estardalhaço para essa única testemunha! Quem tem o número exato dos que foram martirizados até o ano 70 d.C.? A única coisa histórica que eu seu é que Jesus garantiu que aqueles judeus que o ouviam iriam matar, crucificar, açoitar nas sinagogas e perseguir de cidade em cidade todos aqueles que o Senhor ainda iria enviar (Mateus 23:34). Ou Jesus virou mentiroso agora só porque não temos registro histórico de tudo? Ele mesmo disse em Mateus 23:32 que aqueles judeus, escribas e fariseus iriam “encher” a “medida de vossos pais [antepassados]”. Foi justamente isto que Jerusalém praticou. Os judeus perseguiram e foram cúmplices em todas os martírios praticados naquela geração do primeiro século da era cristã.

Declaração

   “O que o preterismo propõe é contraditório, pois eles colocam João em Patmos escrevendo Apocalipse 18 antes da destruição de Jerusalém, época em que pouquíssimas testemunhas de Jesus haviam sido martirizadas. E como sabemos também, a maioria dos Apóstolos do Senhor só vieram a morrer muitos anos depois da queda da Cidade Santa”.[4]

Refutação

   A grande questão não é se “pouquíssimas” testemunhas de Jesus haviam sido martirizadas antes de Jerusalém.  A grande questão é que ao matar, perseguir e açoitar os discípulos, eles estavam “enchendo” ou “completando” todos os pecados cometidos desde Abel, Zacarias, passando pelo Filho de Deus (que foi o crime mais hediondo) e terminando no último dos mártires antes da destruição de Jerusalém. É por isso que em Apocalipse 6:11 é dito aquelas almas que estavam debaixo do altar para que elas “repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram”. (o grifo é meu)

   Sobre este assunto, o bispo Hermes C. Fernandes faz uma explanação interessante:

   “Podemos ainda compreender isso de outro ângulo: os santos que morreram sob a Antiga Aliança só seriam atendidos e vindicados, quando fossem “completados” em seu número. “Aperfeiçoar” também significa completar. A galeria dos heróis da fé não estaria completa enquanto não fosse completada pelos mártires da Nova Aliança. Assim, podemos entender o aperfeiçoamento dos santos da Antiga Aliança como sendo a obra realizada pelo sacrifício da Cruz, e ao mesmo tempo como sendo a totalidade dos que deveriam experimentar martírio semelhante aos que eles experimentaram.

   Uma vez completado o número daqueles que deveriam morrer por causa do testemunho de Cristo naqueles dias (que precederam a queda de Jerusalém), a medida dos pecados de Israel teria chegado ao seu limite, e a justa ira de Deus cairia sobre o povo que O rejeitara.

   [...]

   Caberia àquela geração completar a medida de iniquidades praticadas pelas gerações anteriores. Paulo parece corroborar com tal pensamento ao escrever aos Tessalonicenses:

   “Padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que eles padeceram dos judeus, os quais mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e a nós nos perseguiram. Eles não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens, e nos impedem de falar aos gentios para que estes sejam salvos. Desta forma sempre enchem a medida de seus pecados. A ira de deus caiu sobre eles afinal”.
                                                       I Tessalonicenses 2:14b-16

   Foram os mártires da igreja primitiva que completaram o número daqueles que deveriam sofrer até que a medida dos judeus fosse completada, e o juízo de Deus os atingisse”.[5]

Declaração

   “E mesmo que fique provado que o Apóstolo Paulo foi executado em 67, que Pedro morreu no mesmo ano, sabemos que não poderíamos de forma alguma responsabilizar Jerusalém por suas mortes”.[6]

Refutação

   Não poderíamos responsabilizar Jerusalém por suas mortes? A mesma Jerusalém que perseguiu e apoiou o Império romano, que consentiu nas mortes de Cristo e dos demais santos, agora me vem o cidadão e diz que Jerusalém não deve ser responsabilizada? O mesmo articulista mais à frente, neste mesmo texto aqui refutado, diz o seguinte a respeito de Roma:

   “Todos que foram mortos sobre a terra: não só daqueles que foram mortos na cidade de Roma, mas todos aqueles que foram mortos por todo o império, sendo mortos por sua ordem, ou com seu consentimento”.[7] (o grifo é meu)

   Isto indica que o nosso articulista aceita que haja responsabilidade das mortes apenas por "consentimento", sem que seja necessário que a morte seja realizada com ordem direta. E agora? O mesmo não pode ser dito da Jerusalém do primeiro século da era cristã? Essa cidade não consentiu na morte dos santos? Sendo direta ou indiretamente, Jerusalém acabou consentindo na morte de todos os apóstolos - cumprindo assim o que Jesus disse que ela iria cumprir (Mateus 23:34).   

   Aproveito aqui para levantar uma outra questão:

   Se Jerusalém não pode ser responsabilizada pela morte dos apóstolos só porque eles morreram muitos anos depois da queda da Cidade Santa, porque ela deveria ser responsabilizada desde a morte de Abel que nem judeu era e a cidade nem existia naquela época antes do dilúvio? Porque "todo o sangue justo derramado sobre a terra" deveria recair sobre uma única geração?

   O articulista se esquece que a Jerusalém do primeiro século cometeu o crime mais hediondo da história humana quando matou o Autor da vida, o Filho de Deus. Só isto bastaria para a Jerusalém do primeiro século da era cristã ser responsabilizada pelo matírio dos martírios.

    O que me deu a entender durante esta refutação, é que o articulista parece não levar a sério o que Jesus disse sobre os futuros atos de Jerusalém ainda naqueles dias. Vamos ler o texto de novo para ver se Jerusalém tem ou não parte na morte de todos os santos de Deus, sejam eles apóstolos, profetas, sábios, escribas ou um simples membro da igreja:

“Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade...”.
   (Mateus 23:34 – o grifo é meu)

“… Por isso diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros; Para que desta geração seja requerido o sangue   de    todos    os profetas que, desde a fundação   do   mundo, foi derramado; Desde o sangue de Abel, até ao sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido desta geração…”.
      (Lucas 11:49-51 – o grifo é meu)

   Observe que pelas palavras de Jesus nem todos seriam mortos. Cada um teria um destino diferente. Uns seriam crucificados, outros açoitados e outros apenas perseguidos.

   Dou este tópico por encerrado. Não há necessidade de refutar o restante do artigo em questão, pois o mesmo não tem argumentos relevantes contra o Preterismo. Já vimos neste e-book que Jerusalém e Roma em sua união de prostituição, formaram uma só carne. Portanto, deve ficar claro em nossas mentes que nessa união as duas cidades são cúmplices de todo mal praticado. Assim Jerusalém pode devidamente ser acusada também dos crimes que Roma praticou contra os apóstolos e santos de Deus.   

 

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Este texto faz parte do e-book "Equívocos e Contradições do Preterismo?" que será lançado em breve.

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* César Francisco Raymundo é editor da Revista Cristã Última Chamada.
   Saiba mais sobre o autor clicando aqui  

 

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Notas:

1. Artigo: Babilônia e o Sangue dos Apóstolos
    Autor: A Franco
    Site: www.agrandecidade.com
    Acessado Domingo, 03 de Julho de 2016

2. Idem nº 1.

3. Idem nº 1.

4. Idem nº 1.

5. Por que Deus Permite o Martírio de Cristãos?
    Autor: Hermes C. Fernandes
   Site: www.hermesfernandes.com
   Acessado Sexta-feira, 20/2/2015

6. Idem nº 1.

7. Idem nº 1.

 

 

 

 

 

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Babilônia e o Sangue dos Apóstolos

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Por César Francisco Raymundo*