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Preterismo > Equívocos no Apocalipse
O Evangelho sendo anunciado
em todo o Mundo

_________________

Por César Francisco Raymundo*


Declaração

  “Colossenses 1:23 Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.

   Conclusão preterista: Paulo confirma as palavras de Jesus, quando o Senhor garante que o Evangelho seria anunciado a todo o mundo antes da destruição de Jerusalém,

Mat 24:14 – E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.

   No entanto, Jesus pode não ter dito isso, pois adiante ele afirma, “Ensinando-as a observar tudo quanto vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”, Mat. 28:20. O que Jesus está dizendo aqui é que o Evangelho deve ser pregado até o fim do mundo!”[1]

Refutação

   O articulista realmente não respeita contextos diferentes. O que Jesus disse em Mateus 24:14 é sobre o evangelho do REINO ser “pregado em todo o mundo”. A palavra “mundo” nesse contexto é (oikoumene) e literalmente significa “terra habitada”. Essa era a palavra que designava o Império romano do primeiro século da era cristã. E, um pouco mais à frente, no versículo 34, Jesus disse: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça”. (Mateus 24:34)

   Portanto, um dos sinais da vinda em juízo contra Jerusalém, era de que o evangelho do reino seria pregado em todas as nações do Império romano, ainda naquela geração da igreja primitiva, como de fato aconteceu.     

   Sobre o Evangelho ser pregado até o fim do mundo conforme Mateus 28:20, aqui estamos em outro contexto, pois Jesus não fala sobre pregar o “evangelho do reino”, mas vai muito além ao dizer que eles deveriam fazer “discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19-20). Para mais detalhes sobre Mateus 28:19-20, veja o tópico “Para qual geração Jesus falou? - O equívoco na interpretação da palavra “vós” –”.

Declaração

   “Vamos atentar para o contexto de Paulo aos Colossenses capítulo 1

23  Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro. [o grifo é meu]

24  Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja;

25  Da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus;

26   O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos;

27  Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória.

   Agora observem o verso cinco e seis do mesmo capítulo,

   “Por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade”. [o grifo é meu]

   Quando Paulo confirma acima sobre o Evangelho, “… o qual é chegado a vós” e que “está em todo o mundo”, ele simplesmente quer ratificar que o evangelho é universal. Ele não se limita a nenhum lugar ou pessoas, mas é projetado para ser uma religião universal. Ele oferece a bem-aventurança, mesmo no céu, para todos. Não foi confinado aos judeus, ou limitado ao país estreito onde foi pregado pela primeira vez, mas foi enviado ao exterior, para o mundo gentio”.[2]

Refutação

   É impressionante como esses escritores de internet conseguem ou têm a cara de pau para driblar o que o texto diz claramente. Se o evangelho chegou até os colossenses, é porque literalmente chegou, certo? No mesmo contexto em que se diz que o evangelho chegou aos colossenses, diz também que o evangelho “está em todo o mundo”. Então, porque isto não é levado em consideração literalmente? Digo literalmente não no sentido de “mundo” como Planeta Terra, mas no sentido de que realmente em todo o mundo conhecido o evangelho havia chegado literalmente. Observe que enquanto o texto diz essas coisas às claras, o articulista simplesmente as dribla e dá a sua interpretação ao dizer que o que Paulo quis dizer é “ratificar que o evangelho é universal”.

   Observe agora o que outro articulista de internet diz sobre o fato do evangelho ter sido pregado a toda criatura que há debaixo do céu:

   “Logo, Paulo não considerava que o evangelho já havia sido pregado, literalmente, a todas as nações, conforme estava profetizado em Mt 24.14. Mas certamente reconhecia que, de uma forma geral, a maior parte do mundo conhecido de sua época já havia sido alcançada, ou pelo menos os grandes centros do império romano, conforme sustenta Russell Shedd em seu comentário sobre a carta aos colossenses.

   Além disso, sabemos, pela História, que o evangelho não foi realmente pregado a todas as nações do mundo no período dos apóstolos. Prova disso é que já existiam os chineses na época de Paulo, e não se sabe de nenhum apóstolo ou cristão que tenha ido pregar na China ou qualquer outra nação do extremo oriente na época do apóstolo dos gentios”.[3]

   O que todos esses articulistas de internet têm em comum é que nenhum deles se colocam no lugar dos primeiros ouvintes do evangelho para tentar entender como eles de fato entenderam. Isto é o que vou analisar na próxima refutação.   

Declaração 
                      
   [...]

   O Evangelho não foi pregado a toda criatura, mas estava sendo providenciado a ser anunciado por todo o mundo, diz Paulo aos Colossenses,

   [...]

    Em Col. 1:23, na declaração de Paulo que o evangelho foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, não deve ser tomado literalmente”.[4]

Refutação

   Vamos, agora, nos colocar no lugar daqueles primeiros ouvintes do evangelho para podermos explicar o que significava “toda criatura que há debaixo do céu”. Esta expressão é uma referência ao mundo romano dos dias de Paulo. Vou deixar a própria Bíblia responder a isto. No dia da festa de Pentecostes, exatamente quando foi a descida do Espírito Santo, se diz que “em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu(Atos 2:5 – o grifo é meu).

   Exatamente todas as nações do mundo estavam ali em Jerusalém? Não! Essa era uma maneira de descrever as nações do Império romano, pois quatro versículos a frente encontramos a descrição dessas nações, veja:

   “Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Asia,
   E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,
   Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus”.
                                                                            (Atos 2:9-11)

   Assim, pois, a profecia de Jesus em Mateus 24:14, de fato, foi cumprida.    

Declaração

   [...]

   Paulo desejava ir a Espanha

   Paulo desejava ir a Espanha pregar o Evangelho, o que parece não ter ocorrido. Compare 2 Timóteo 4:6 com Romanos 15:24-28. É curioso que ele escreve o verso chave dos preteristas enquanto esteve preso em Roma [Colossenses 1:23]

   Perfeito, dizem os preteristas, o Evangelho já havia sido anunciado a todos os povos até a data da redação da carta aos Colossenses no ano 62 dC. Mas, havia necessidade de Paulo ir a Espanha. É o que ele diz aos romanos três anos antes em 15:24, “Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia”. E em 15:28 ele declara, “Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha”.

   Ora, mas o Apóstolo escreve antes de ir a Espanha que toda criatura, no mundo todo, tinha ouvido o Evangelho. Se isso realmente aconteceu, então a Espanha já havia recebido o Evangelho do Senhor, todo o pais, cada pessoa. Sendo assim, Paulo não anunciaria Cristo na Espanha de forma alguma. Veja Romanos 15:20, “E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio.

   Se Cristo foi anunciado na Espanha obviamente não haveria necessidade do Apóstolo estar ali. Muitos podem argumentar: Não está dizendo que ele deveria ir a Espanha pregar o Evangelho. É mesmo, provavelmente ele foi esquiar!”[5]

Refutação

   De fato, e de verdade, o apóstolo Paulo não disse o que ele iria fazer na Espanha. Embora Paulo pregasse a tempo e fora de tempo, mas, dizer que ele iria a Espanha exclusivamente para pregar o evangelho porque o mesmo não havia chegado lá ainda, é pura especulação. Se é para especular, vou fazer o mesmo que o articulista fez. Paulo pode ter pensado em ir para Espanha, porque poderia estar pensando em visitar igrejas já estabelecidas. Sim! É isto mesmo! Uma vez que a Escritura não pode falhar, e Paulo disse que o evangelho já havia sido pregado a toda criatura debaixo do céu, logo, é bem provável que o evangelho já havia chegado a Espanha. Diante das várias passagens que claramente falam do evangelho já em todo o mundo conhecido, tenho mais suporte e munição para defender a ideia de que o evangelho já havia chegado a Espanha do que os oponentes do Preterismo que imaginam que tal país não estava evangelizado.

   Outro detalhe, é muito comum em suas cartas Paulo dizer que iria visitar igrejas já estabelecidas:

   “Por isso, quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas); contudo, Satanás nos barrou o caminho”.  (1ª Tessalonicenses 2:18 – o grifo é meu)

   “Essa foi a razão por que também, muitas vezes, me senti impedido de visitar-vos. Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões e desejando há muito visitar-vos, penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha...”.
                                   (Romanos 15:22-24 – o grifo é meu)

   “Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes, me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até agora, impedido), para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios”.    
                                         (Romanos 1:13 – o grifo é meu)

   Observe que no caso deste último versículo de romanos, Paulo diz para a igreja romana – uma igreja já estabelecida – sobre conseguir “algum fruto, como também entre os outros gentios”. Isto não significaria que tal visita seria para pregar o evangelho para um povo que ainda não o conhecia. E o mais interessante ainda, é que alguns versículo antes, Paulo escreveu o seguinte sobre a fé dos romanos:

   “...porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé”.
                                                  (Romanos 1:8 – o grifo é meu)

   Se a Escritura não pode falhar, devemos entender que em todo o mundo conhecido – inclusive na Espanha – o evangelho já havia chegado, como de fato chegou. O que os nossos iluminados articulistas de internet tentam ao máximo ignorar, os pais da igreja reconheceram plenamente, veja alguns deles:

Eusébio de Cesaréia (318 d.C.):

   "O Evangelho, então, em um curto período de tempo foi pregado em todo o mundo para as nações, tanto os Bárbaros como os gregos possuíam os escritos sobre Jesus em sua língua materna".[6]

Crisóstomo (347 d.C.):

   "Que, antes da tomada de Jerusalém o Evangelho foi pregado a cada um onde, ouviu o que Paulo diz: O som deles saiu por toda a Terra (Romanos 10:18); e vê-se viajando desde Jerusalém, Espanha... E esta é a prova mais forte do poder de Cristo, que em trinta anos ou um pouco mais, a palavra do Evangelho havia preenchido as extremidades do mundo".[7]

Bede (735 d.C.):

   "Assim histórias eclesiásticas testemunham que isso tinha sido cumprido, em que relatam que todos os apóstolos muito antes da destruição da província da Judéia tinham sido dispersos para o mundo inteiro para pregar o evangelho, a não ser Tiago, filho de Zebedeu e Tiago, irmão de nosso Senhor, que antes havia derramado seu sangue na Judéia para a palavra do evangelho".[8]

   Teofilato de Ocrida (1108 d.C.), expositor de língua grega do que é hoje o país da Bulgária:

   "Para o Evangelho ser pregado a todas as nações como uma testemunha, que é, como uma reprovação, a condenação daqueles que não creem, e então virá o fim, não do mundo, mas de Jerusalém. Para a prévia tomada de Jerusalém, o Evangelho já foi pregado, para São Paulo, escrevendo aos Colossenses, fala do Evangelho que foi pregado a toda criatura debaixo do céu. Que Cristo está falando do fim de Jerusalém é claro, pelo que segue".[9]

Declaração

   “Portanto, e repetindo o argumento: o que Paulo quis dizer no verso 23 de Colossenses pode ser explicado no mesmo capitulo, verso seis, “Em todo o mundo este evangelho vai frutificando” (Col.1:6).

   “Em todo o mundo”, como um uso hiperbólico, não deve ser tomado literalmente. O apóstolo aqui provavelmente determinou a entender que o evangelho é uma mensagem universal, concebido para todos os homens e adequado para ser pregado entre todas as nações. O que ele quer dizer no contexto de Colossenses é que o Evangelho avançava alcançando vários povos.

   Uma hipérbole é uma figura de linguagem que contém um exagero óbvio (sem nenhuma intenção de duplicidade) com o objetivo de enfatizar uma verdade, e foi exatamente isto que Paulo fez em Colossenses 1:23. A Bíblia está repleta de hipérbole, o que, na maioria dos contextos, é perfeitamente óbvio e não faz qualquer crítica. Por exemplo, dizia-se dos povos pagãos a leste do Jordão que “os seus camelos eram inumeráveis, como a areia que está na praia do mar” (Juízes 6:5; cf 1 Samuel 13:5).

   O Senhor prometeu a Abraão que a sua “semente” seria “como o pó da terra”, ou seja, inumerável (Gênesis 13:16; cf Gálatas 3:29) – Isto é hipérbole.

   O Apóstolo João uma vez afirmou que todos os livros do mundo não poderiam conter os milagres que Jesus realizou (João 21:25). Claramente, ele emprega uma linguagem hiperbólica. Se Cristo tivesse realizado um milagre cada hora, dia e noite, para todos os 1.260 dias do seu ministério terreno, teríamos 30.240 sinais. Mesmo essa quantidade poderia ter sido alojada nas bibliotecas do mundo antigo. A antiga Biblioteca de Alexandria, segundo Estrabão, o grego geógrafo, continha 700.000 volumes. Diante desses exemplos, certamente nenhuma pessoa racional de integridade vai acusar os registros bíblicos de erro, simplesmente porque, em revelar a vasta expansão do Cristianismo – até mesmo dentro do primeiro século – algumas expressões hiperbólicas são usadas para dramatizar.

   Observe como alguns antagonistas judeus na cidade de Tessalônica, vendo a influência de Paulo e Silas, gritaram: “estes viraram o mundo de cabeça para baixo” (Atos 17:6, cf Lucas 2:1, Atos 11:28; 19:27; 24:5). Obviamente, o termo “mundo” nestes textos tem um alcance limitado, literalmente falando.

   A declaração de Paulo aos Colossenses deve ser tomada como uma hipérbole. Isso é um exagero intencional com a finalidade de dar ênfase. Ele não está afirmando que cada indivíduo no mundo durante seu tempo tinha ouvido o evangelho. Mas o Evangelho foi se espalhando tão rápido e tão longe que até os fariseus do tempo de Jesus disseram: “Não conseguimos nada. Olhem como o mundo todo vai atrás dele!” (Jo 12:19). Eles certamente não tinham “ido atrás” de Jesus, portanto, isto é entendido como uma hipérbole, ou seja, um exagero para enfatizar a expressão”.[10]

Refutação

   No sentido de Planeta Terra, o articulista teria toda a razão em querer entender como hipérbole o que Paulo disse sobre o evangelho já estar no “mundo inteiro”. O problema que esses rebelados e infiéis articulistas não querem entender, é que a ideia de que o evangelho já chegou “em todo o mundo”, refere-se ao mundo romano, ou terra habitada, oikoumene no grego. O apóstolo não poderia ter sido mais claro quando disse que além dos Colossenses, no restante do mundo conhecido o evangelho estava frutificando e crescendo. Ainda que fosse simplesmente uma hipérbole, isto por si só já demonstraria que o mundo dentro dos limites do Império romano já estava evangelizado.   

Declaração  

   [...]

   Outra passagem usada pelos preteristas

   Romanos 16:25-26, “Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações [etnia] para obediência da fé”.

   O Evangelho estava sendo dado a conhecer a todas as nações no tempo de Paulo!!!

   E agora?

   Óbvio que isto não foi feito quando Paulo escreveu Romanos. Se fosse assim, então toda a atividade missionária teria cessado. Ele apenas dizia que o Evangelho era universal, oferecido a todas as nações. Portanto, como podemos definir expressões do Apóstolo quando ele afirma sobre o Evangelho que foi anunciado por ele de uma extremidade a outra da terra? Eu acho que provavelmente significa algo mais parecido com isto:

Atos 20:26, “Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus”.

   Agora, se os preteristas querem continuar insistindo na tese de que o Evangelho foi pregado a todo mundo antes de 70 dC, devem explicar, por exemplo – e citando apenas dois, Se os apóstolos sabiam disso, então por que Tomé foi martirizado anunciando o Evangelho na Índia depois de 70 dC?

   Por que Felipe foi para o leste da Turquia pregar o Evangelho depois de 70 dC, e ali foi executado, se o Evangelho havia já alcançado aquele povo? Provavelmente o preterismo não poderá reponder satisfatoriamente…

   Como vimos, a proposta preterista é confusa e ingênua, sendo fácil de refutar. A alegação de que o Evangelho foi pregado em todo o mundo antes da destruição de Jerusalém é por demais imprecisa e infantil”.[11]

Refutação

   Eu fiz questão de citar toda essa última parte acima para provar que os ingênuos articulistas realmente não entenderam o que Jesus quis dizer em Mateus 24:14, como também não entenderam o que o Preterismo ensina. O articulista aqui em questão, indo contra as Escrituras, e num sentido secundário, indo contra os pais da igreja, ainda acredita que o evangelho sendo pregado em todo o mundo antes do ano 70 d.C. teria incluído a Índia, o leste da Turquia etc.

   Todos os articulistas críticos do Preterismo pensam assim. Para mais uma vez provar esse ponto, repito a citação que fiz anteriormente sobre um outro articulista desinformado sobre o Preterismo:

   “Além disso, sabemos, pela História, que o evangelho não foi realmente pregado a todas as nações do mundo no período dos apóstolos. Prova disso é que já existiam os chineses na época de Paulo, e não se sabe de nenhum apóstolo ou cristão que tenha ido pregar na China ou qualquer outra nação do extremo oriente na época do apóstolo dos gentios”.[12]      

   Quem direto da fonte estuda o que o Preterismo ensina sobre o evangelho ser pregado a todas as nações antes do ano 70 d.C., entende perfeitamente que a proposta preterista NÃO é confusa e NEM ingênua, mas é DIFÍCIL de refutar, assim como foi a tentativa frustrada do articulista aqui refutado. Se o articulista acha o Preterismo confuso, então, significa que o mesmo deve procurar entendê-lo antes de refutá-lo.

   Como preteristas, nós não defendemos a ideia que, depois que o evangelho fosse pregado em todo oikoumene, não haveria necessidade mais de missionários ou de pregação, pelo contrário, o que cremos é que a pregação do evangelho do Reino em toda “terra habitada” era o sinal que antecederia a queda do Templo; e o fator "tempo" determina que seria ainda dentro daquela geração. Jesus diz que o evangelho seria pregado em todo oikoumene antes da queda do templo e não que as Nações estariam discipuladas, como é o caso de Mateus 28, onde Jesus dá então uma ordem de discipular, sem fator de “tempo”, nem envolvendo o templo.
   Aguardamos ainda que todas as nações sejam discipuladas e ensinadas, é por isso que tanto Tomé quanto Felipe continuaram a anunciar o evangelho, não mais para cumprimento de Mateus 24, mas agora para discipular as nações que acabaram de receber o evangelho.

 

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Este texto faz parte do e-book "Equívocos e Contradições do Preterismo?" que será lançado em breve.

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....................
* César Francisco Raymundo é editor da Revista Cristã Última Chamada.
   Saiba mais sobre o autor clicando aqui  

 

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Notas:

1. Artigo: O Evangelho em Todo o Mundo
    Autor: A Franco
   Site:
https://agrandecidade.com/2012/09/30/o-evangelho-anunciado-em-todo-o-mundo/
   Acessado 12 de setembro de 2016

2. Idem nº 1.

3. Análise do livro Os últimos dias segundo Jesus, de R. C. Sproul
    (análise realizada em setembro de 2006), pág. 1.
    Site: www.evangelicosdobrasil.com/arquivos/textos/BOOK-5lh.pdf
    Acessado 14 de julho de 2016

4. Idem nº 1.

5. Idem nº 1.

6. Eusebius of Caesarea, The Proof of the Gospel, vol. 1 (New York: Macmillan, 1920), 158. Although Eusebius’ Ecclesiastical History and Proof of the Gospel are in English translation, the extant fragments of his Commentaries on Luke, which contain a lot of commentary on Luke 21, are still in Greek (with Latin translation) in PG 24:529–606.

7. (John Chrysostom, Homily 75 on Matthew. Cited in Newman,
    Catena Aurea, 1:807).

8. (Bede, Commentary on Mark, Book 4. On Mark 13:10. CCSL 120:597. In contrast with the view of Chrysostom and Bede, see Tim LaHaye and Jerry B. Jenkins, Are We Living in the End Times? (Wheaton, IL: Tyndale, 1999), 313, who write, “UNIVERSAL GOSPEL PREACHING YET TO COME. Matthew 24:14 is not now being fulfilled, and it won’t be fulfilled until the Tribulation.”)

9. (Theophylact, Commentary on Matthew. On Matthew 24:14. The Explanation by Blessed Theophylact of the Holy Gospel According to St. Matthew [hereafter=Matthew] (House Springs, MO: Chrysostom Press, 1992), 206).

10. Idem nº 1.

11. Idem nº 1.

12. Idem nº 3, pg. 2.