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   Uma acusação que críticos da Escola Preterista faz é dizer que a hermenêutica preterista aborda as Escrituras alegoricamente. Não precisa pensar muito para perceber que essa afirmação é uma distorção, demonstra um desconhecimento da escola preterista. De fato, nem mesmo a escola idealista, a qual adota a hermenêutica menos histórica dentre as escolas hermenêuticas das profecias bíblicas, merece essa acusação. Mas esses críticos confudem simbologia com alegoria. Vejamos.
               
Simbólico versus literal

   Peguemos um livro como Apocalipse, o livro mais simbólico da Bíblia. Até o dispensacionalista mais convicto sabe que não faz o menor sentido interpretar literalmente algumas de suas imagens: mulher que voa para o deserto, dragão que lança água da sua boca etc. Ao não interpretar tais imagens de forma literal, o dispensacionalista estaria adotando a hermenêutica alegórica? Óbvio que não.  Então, por que o Preterista estaria adotando a hermenêutica alegórica quando não interpreta literalmente alguns símbolos da Bíblia?

   Na verdade, é muito comum o uso de símbolos em profecias escatológicas. Basta ver os capítulos escatológicos de Daniel 2, 7 e 8 ; ou o livro do profeta Ezequiel, ou Apocalipse. O fato de se interpretar muitas das profecias desses livros como simbólicas não nega a literalidade histórica codificada em seus símbolos. Preteristas acreditam que símbolos proféticos apontam para realidades literais e históricas. Como disse o eminente estudioso pré-milenista Robert H. Mounce: “o simbolismo não é uma negação da historicidade, mas um assunto de gênero literário”.[1] Todo preterista respeita o gênero literário de cada livro da Bíblia. A questão não é: “o texto é literal ou simbólico?” e sim “O contexto exige uma interpretação literal ou simbólica?” Muitas vezes, na ânsia de querer seguir ao pé da letra o método de interpretação literal, dispensacionalistas acabam interpretando símbolos como literais, caindo em bizarrices exegéticas, como é o caso de Roberth Thomas, que interpreta os gafanhotos de Apocalipse 9 e as rãs de Apocalipse 16 como demônios que literalmente assumem as aparências morfológicas conforme são descritas no livro do Apocalipse.[2]

O que é alegoria?

   Os críticos do Preterismo parecem não entender o que é uma alegoria, muitas vezes pensam que ao se interpretar uma passagem bíblica simbolicamente está interpretando-a alegoricamente. Mas isso é errado. Uma alegoria é quando “personagens, e algumas vezes, os eventos e lugares são interpretados como ideias abstratas ou personificações de figuras históricas”.[3] Também podemos chamar de alegoria quando se interpreta eventos, personagens e lugares de forma mais profunda do que seu significado literal.[4] Podemos ver um tipo de interpretação alegórica no pai da Igreja Orígenes. Segundo ele, a conquista de Josué da Terra Prometida representava alegoricamente a conquista do pecado por Cristo na cruz do calvário.[5]

   Mas os Preteristas quando vão interpretar a Bíblia não estão querendo buscar ideias abstratas em profecias literais, estão procurando eventos e personagens literais por trás dos símbolos. Por exemplo, quando um preterista interpreta a Besta que sobe do Mar em Apocalipse ele está procurando por trás da figura da besta: o referente literal e histórico. Isso é muito diferente de fazer alegoria! Muitas vezes, no método alegórico, o intérprete sufoca o referente literal em busca de princípios espirituais. Na hermenêutica preterista, se busca o sentido histórico por trás dos símbolos. Ele não está à procura de princípios espirituais por trás da simbologia, isso sim seria alegoria.

   O preterista também não está buscando um sentido mais profundo em eventos e personagens literais. Ele está procurando na profundidade do símbolo personagens literais, eventos literais e lugares literais.  Por exemplo, por trás da sexta cabeça da Besta de Apocalipse o preterista identifica o personagem literal chamado Nero César. Por trás da meretriz de Apocalipse 18 o preterista acredita que se trata de um lugar literal chamado  Jerusalém.

Conclusão

   Poderia escrever muito mais aqui, mas penso que os poucos exemplos acima demonstram que a crítica de que o Preterismo adota o método alegórico é infundada, não deve ser levada a sério. O Preterismo está comprometido com a tese de identificar como as profecias se cumpriram literalmente ao longo da história, como é o caso de Mateus 24 que se cumpriu literalmente com a Queda histórica de Jerusalém. Quando interpretamos Mateus 24 não estamos procurando um sentido profundo em busca de uma Jerusalém espiritual que irá cair. Não adotamos uma hermenêutica docética, mas uma hermenêutica que leva muito a sério o tempo e o lugar dos personagens e eventos que muitas vezes estão codificados em símbolos proféticos.

   Que Deus os abençoe.

 

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* Amadeu Leandro Batista. Licenciado em filosofia e pós-graduado em teologia bíblica do Antigo e Novo Testamentos. Ele escreveu o excelente e-book Em Defesa da Escatologia Preterista, disponível clicando aqui

 

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Notas:


1. PATE, Marvin C (org). As interpretações do Apocalipse – 4 pontos de vista; tradução Victo Deakins. -  São Paulo: Editora Vida, 2003. - (Coleção Debates Teológicos), p. 41.

2. Op. Cit. P. 42.

3. PATZIA, Arthur G & PETROTTA, Anthony J. Dicionário de estudos bíblicos: mais de 300 termos definidos de forma clara e concisa; tradução: Pedro Wazen de Freitas – São Paulo: Editora Vida, 2003, são  p. 11.

4. Op. Cit. P. 11.

5. McGRATH, Alister. Teologia sistemática, histórica e filosófica – uma introdução à teologia cristã; tradução Marisa K. A. de Siqueira Lopes – São Paulo: Shedd Publicações, 2005. p. 212

 

 

 

 

 

 

 

O Preterismo adota a hermenêutica alegórica?
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Por Amadeu Leandro Batista*