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   O futurismo dispensacionalista defendido na maioria esmagadora das igrejas evangélicas, vive o seu momento mais intenso e empolgante, pois, segundo seus intérpretes, há uma sequência de supostos sinais que indicam que a Segunda Vinda de Cristo está próxima, e o arrebatamento poderá ser ainda em nossa geração.

   A sequência dos acontecimentos parece se encaixar perfeitamente! Em 2014 e 2015 tivemos o fenômeno das quatro "luas de sangue" que supostamente seria o cumprimento de Atos 2:17-21 e Joel 2:31. Na sequência, tivemos o anúncio de mais um sinal profético que seria visto nos céus no dia 23 de setembro de 2017, sinal este que se encaixaria na descrição de Apocalipse 12. Por último, teremos Israel completando 70 anos no ano de 2018, pois segundo os atuais especuladores proféticos, Israel voltou a brotar e renovar suas folhas quando voltou a ser uma nação novamente em 14 de maio de 1948 (conforme Mateus 24:32). Então, a "geração" que visse a figueira brotar - seria a figueira um símbolo da nação de Israel - não passaria sem que toda a profecia de Mateus 24 fosse cumprida.

   Além disso, para por mais lenha na fogueira, segundo os especuladores proféticos temos a profecia dos rumores de guerras sendo cumprida diante de nossos olhos, pois a Coréia do norte já testou um míssel intercontinental capaz de alcançar os Estados Unidos da América. Sendo assim, segundo os atuais especuladores proféticos, estamos vivendo os momentos finais que antecedem ao arrebatamento da Igreja e a chegada do Anticristo. E para por mais lenha na fogueira, hoje, quarta-feira, 06 de Dezembro de 2017, o presidente americano Donald Trump cumprindo promessa de campanha, reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Uau! O futurismo realmente vive um momento empolgante. Veja, a seguir, o que já estão dizendo nas redes sociais (hoje mesmo recebi várias mensagens em meu Watssap):

   "Hoje, dia 06/12/2017, torna-se uma data histórica para a humanidade, pois os EUA, estão transferindo sua embaixada para JERUSALÉM. Na prática isso significa que o ARREBATAMENTO está mais próximo do que nunca. Desde a dispersão do povo judeu no ano 70 d.C., excluindo o domínio britânico até o ano de 1947, nenhum país do mundo teve embaixada em ISRAEL. Jesus disse: "Olhai para a figueira." A partir de hoje, o calendário escatológico dá um grande salto rumo ao cumprimento das Profecias! (Prof. Marcos Gonçalves).

   Uma outra mensagem dizia:

   "Israel voltou a existir como nação em 29 de Novembro de 1947. 70 anos depois, (período de uma geração), Trump reconhece Jerusalém como capital de Israel. A 'figueira floresceu', seus ramos estão fortes. Observem atentamente os próximos acontecimentos.
"Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que Ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar". Quem tem ouvidos, ouça! Quem tem olhos, veja! E quem tem cérebro, seja inteligente... Pense!"

   Apesar de todas essas fantásticas "evidências", estaríamos diante de verdades bíblicas sobre o cumprimento das profecias? Antes de responder a esta pergunta, vamos ver na história que uma sequência fascinante de eventos assim não é nenhuma novidade e, pior, nada aconteceu no passado e nem Jesus voltou. As previsões falharam! Veja, a seguir, o que a história das profecias nos tem a dizer.

Um registro das mentiras

   Um dos maiores estudiosos da profecia bíblica nos EUA é Gary DeMar. Em um artigo seu, ele nos fornece um histórico das mentiras proféticas que sempre vêm e vão, veja:

   "A década de 1980 foi descrita como a "última geração". Em 1970, Hal Lindsey escreveu The Late Great Planet Earth, que incluía um teaser profético de que algo chamado "arrebatamento" ocorreria antes de 1988. Ele baseou-se na alegação de que quando Israel se tornou uma nação novamente em 1948, o "arrebatamento" ocorreria dentro de uma janela profética de 40 anos. O livro de Lindsey vendeu cerca de 30 milhões de cópias.

   Em 1988, o engenheiro da NASA, Edgar Whisenant, escreveu 88 razões pelas quais o arrebatamento ocorreria em 1988. Quando o "arrebatamento" não ocorreu, ele revisou seu livro com 89 razões pelas quais o arrebatamento seria em 1989".[1]

   Ainda segundo Gary Demar:

   "Seguindo um script profético semelhante, o Pastor Chuck Smith da Capela do Calvário na Califórnia escreveu em seu livro de 1976 The Soon to Revealed Anticristo que "estamos vivendo na última geração que começou com o renascimento de Israel em 1948 (ver Mateus 24:32 -34)”. Ele repetiu a alegação em seu livro de 1978 chamado End Times:

   "Se eu entendo corretamente as Escrituras, Jesus nos ensinou que a geração que vê o "brotar da figueira", o nascimento da nação de Israel, será a geração que verá o retorno do Senhor. Creio que a geração de 1948 é a última geração. Visto que uma geração de julgamento é de quarenta anos e o período da Tribulação dura sete anos, creio que o Senhor poderia voltar para Sua Igreja a qualquer momento antes do início da Tribulação, o que significaria a qualquer momento antes de 1981. (1948 + 40-7 = 1981)".

   Se esta matemática profética parece familiar, é porque a mesma lógica do fim dos tempos havia sido usada por Hal Lindsey em The Late Great Planet Earth em 1970".[2]

O que a Bíblia realmente ensina sobre a
"parábola da figueira" e a "geração"

   "Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
   Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas.
   Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça"
.
                                                                                    (Mateus 24:32-34)

   A gente ouve diversas vezes da parte dos pregadores que a figueira é a nação de Israel. Mas, quem disse que isso é assim? Você já pesquisou alguma vez o assunto? Veja quais textos da Bíblia supostamente dizem que a figueira seria Israel:

   Fez-me ver o SENHOR, e vi dois cestos de FIGOS postos diante do templo do SENHOR...
   Tinha um cesto
FIGOS MUITO BONS, como os figos temporãos; mas o outro, ruins, que, de ruins que eram, não se podiam comer.
   Então, me perguntou o SENHOR: Que vês tu, Jeremias? Respondi:
FIGOS; OS FIGOS muito bons e os muito ruins, que, de ruins que são, não se podem comer.
   A mim me veio a palavra do SENHOR, dizendo:
   Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Do modo por que vejo estes
BONS FIGOS, assim favorecerei os exilados de Judá, que eu enviei deste lugar para a terra dos caldeus.
   Como se rejeitam os
FIGOS RUINS, que, de ruins que são, não se podem comer, assim tratarei a Zedequias, rei de Judá, diz o SENHOR, e a seus príncipes, e ao restante de Jerusalém, tanto aos que ficaram nesta terra como aos que habitam na terra do Egito".
                                                      (Jeremias 24:1-8 - o grifo é meu)

   Observe que o texto acima é claro, Jeremias está falando de figos bons e maus que ilustram Israel no cativeiro (não árvores). Temos também no livro de Juízes 9:10 que a referência a figueira não é Israel. O mesmo se dá em Oséias 9:10 que diz: 

   “O SENHOR Deus diz: — Quando encontrei Israel pela primeira vez, fiquei alegre como quem acha uvas no deserto e, ao ver os antepassados de vocês, fiquei contente como quem vê os primeiros figos maduros”. (NTLH)

   Observe nesses versículos que a referência sempre é em relação a figos e não às árvores. Se a figueira é realmente uma representação de Israel, o mais curioso de tudo é que o apóstolo Paulo usa uma oliveira para representar a nação israelita (Romanos 11:17, 24). Outro detalhe, muito se fala da figueira, mas poucas pessoas se esforçam para ver o que Lucas escreveu em sua versão da parábola da figueira, veja:

    "Ainda lhes propôs uma parábola, dizendo: Vede a figueira e TODAS AS ÁRVORES.
   Quando começam a brotar, vendo-o, sabeis, por vós mesmos, que o verão está próximo"
.
                                                              (Lucas 21:29-30 - o grifo é meu)

   Se a figueira é Israel, então, quem são "todas as árvores"? Se representam nações, elas começaram a brotar junto com Israel em 14 de Maio de 1948? O fato bíblico é que Jesus não estava falando que Israel seria a figueira, e nem que o brotar dela seria o renascimento de Israel num futuro distante. A analogia é muito simples. O Senhor Jesus usa a parábola da figueira referindo-se a uma simples árvore. A comparação é que da mesma forma que a figueira e todas as outras árvores começam a brotar quando o verão está próximo, os sinais descritos por Jesus também são a prova de que o reino de Deus está bem próximo. 

E sobre a "geração" que veria os sinais descritos em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21?

   Qual geração seria esta? A que estava viva no tempo de Jesus? Alguma outra futura mais de dois mil anos depois? A nossa geração? A geração que veria o cumprimento do Sermão profético foi a geração dos discípulos! Sim, isto mesmo que você leu!

   Para se referir à “geração” que veria aqueles sinais, Jesus usou o pronome demonstrativo “ESTA” e não o pronome demonstrativo “ESSA”. Os pronomes demonstrativos são de dois tipos: próximo e distante. O pronome demonstrativo “ESTA” refere-se a algo ou objeto que esteja próximo de quem fala (no caso Jesus). Com relação a tempo, retrata um período relacionado ao tempo presente ou que ainda não terminou.

   Se Jesus quisesse dizer a respeito de outra geração teríamos em nossas traduções os pronomes demonstrativos “ESSA” ou “AQUELA”. O pronome demonstrativo “ESSA” relaciona-se à pessoa ou objeto que esteja um pouco afastado de quem fala (no caso Jesus). Com relação a tempo retrata um período de tempo passado ou futuro próximo.

   Já o pronome demonstrativo “AQUELA” relaciona-se à pessoa ou objeto afastado de quem fala (no caso Jesus). Retrata também um passado distante. 

   Portanto, caso a referência fosse a qualquer outra geração menos a dos dias de Jesus, a frase poderia ser assim:

  “Em verdade vos digo que não passará [ESSA] geração sem que tudo isto aconteça”.

   “Em verdade vos digo que não passará [AQUELA] geração sem que tudo isto aconteça”.

   A frase "esta geração" em grego é houtos genea, e a frase "aquela geração" é ekeinos genea. Um outro detalhe, se a intenção de Jesus fosse dizer a respeito da raça judaica, a palavra grega não seria genea (geração), mas a palavra genos que significa "raça". E se houvesse uma referência a raça judaica em Mateus 24:34, esse povo deixaria de existir, pois Jesus foi bem claro quando disse que a geração que veria os sinais proféticos "passaria".

Conclusão:

   É preciso que o leitor entenda que em todo o Sermão profético descrito em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21 temos uma profecia de Jesus sobre a "sua vinda em julgamento contra Israel e Jerusalém".O Senhor Jesus prometeu que ainda naquela geração dos discípulos Ele iria voltar para punir Israel e Jerusalém por seus pecados (Ver Mateus 23). Os textos do Sermão profético de Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21 descrevem o fim da era judaica, o estabelecimento do Reino de Deus e o começo de uma nova era em Cristo. O fim do antigo Templo, a destruição de Jerusalém e a Grande Tribulação ocorreram no ano 70 d.C.

   Não temos no Sermão profético nada sobre o fim do mundo físico. O assunto ali é a destruição do templo e da nação judaica. O Sermão profético nada nos fala sobre arrebatamento, ressurreição dos mortos e a Segunda Vinda de Cristo. Se você quiser ficar sabendo sobre estas verdades poderá encontrar em outras passagens das Escrituras.

  Portanto, a história se repetirá mais uma vez! Assim como foi em outras décadas, a especulação profética mais uma vez se repete em nossos dias e, pode ter certeza, nada acontecerá em relação a profecia bíblica até 2018. O Senhor Jesus virá somente quando todas as nações se converterem ao evangelho e a tendência do mundo será de melhora até o tempo de Sua Segunda Vinda.

 

   Saiba mais sobre esta escatologia otimista, acesse todo o conteúdo do site www.revistacrista.org

Veja também:

A Parábola da Figueira e o Significado de "não passará  esta geração"

"Não passará esta geração". Quanto tempo dura uma "geração"?

As "Luas de Sangue" e a Especulação Profética para 2014 e 2015

 

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* César Francisco Raymundo é editor da Revista Cristã Última Chamada.
   Saiba mais sobre o autor clicando aqui

 

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Notas:

1. Os disseminadores da profecia do “Fim dos tempos” clamam por um "Grande sinal", com certeza... Outra vez?!? Por Gary DeMar. Tradução e adaptação textual por César Francisco Raymundo. Fonte: www.americanvision.org

2. Idem nº 1.

O Presidente americano Donald Trump reconhece Jerusalém como a Capital de Israel. Seria isto um sinal da volta de Jesus?
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Por César Francisco Raymundo*