Arrebatamento em 23 de Abril de 2018

De acordo com David Meade, um auto-professado "numerólogo cristão", em 23 de abril de 2018, o "arrebatamento" da igreja ocorrerá. Ele baseia sua afirmação em um signo astrológico que ele diz ser encontrado na Bíblia. O sol e a lua estarão em Virgem, assim como Júpiter, que ele diz representar o Messias. Ele nos assegura que tudo é encontrado em Apocalipse 12:1-2 que diz:

"Um grande sinal apareceu no céu: uma mulher vestida de sol, a lua debaixo dos pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas; e ela estava grávida; e ela gritou, estando em trabalho de parto e com dores para dar à luz".

De acordo com Meade, a mulher é [a constelação de] Virgem, a virgem, e "o alinhamento representa "o Leão da tribo de Judá", marcando o arrebatamento, a crença de que Cristo trará os fiéis ao paraíso antes de um período de tribulação na Terra que precede o fim dos tempos”.

Alguns de vocês que seguem esse tipo de coisa podem concluir que isso soa familiar. Deveria.

Pat Robertson viu o significado profético no cometa Hale-Bopp que poderia ser visto a olho nu em 1997, “uma das poucas vezes na história registrada que a aparência de um cometa coincidiu com um eclipse lunar”. Ele alegou que poderia haver algo para o fato de que "três eclipses recentes da lua coincidiram com as festas judaicas".

Seguindo a pesquisa feita por Greg Killian, Robertson relatou que “uma passagem bíblica do Apocalipse pode estar sendo realizada nos céus”. Killian afirma que “na tradição judaica, a lua nova representa o Messias. Desde o outono passado, o caminho da lua cruzou a constelação de Virgem (que retrata uma mulher) de uma maneira semelhante à descrita em Apocalipse 12:1–2”.

Depois de Killian, Robertson conjecturou que “este cenário culminará em 1999, quando a lua se move através de Virgem em uma posição que retrata um bebê se movendo através do canal do parto. Poderia essa convergência ser um cumprimento profético daquela passagem, apontando para o breve retorno do Messias?” Depois de especular sobre o que o céu revela, Robertson encerrou com a frase obrigatória: “Devemos lembrar que nenhum homem sabe o dia ou a hora...”.[1] Ainda observando a extremidade profética, ele então lembrou a seus leitores que Jesus nos instruiu a olhar para os céus em busca de 'sinais' (Lucas 21:25 )”.[2]

Há tanta coisa errada com esse tipo de absurdo especulativo profético que não sei por onde começar. A maneira mais fácil de expor esses charlatões proféticos é testar o seu dogmatismo:

   Caro Sr. Meade,

   Se você estiver certo de sua previsão em 23 de Abril de que a igreja vai ser retirada da Terra em um “arrebatamento” a ser seguido por um período de grande tribulação, então eu tenho um contrato juridicamente vinculativo que afirma que em 24 de Abril de 2018, todas as suas posses serão revertidas para mim.

   Você estará disposto a assiná-lo? Coloque seu dinheiro onde sua especulação profética está.

                                                                                      Gary DeMar

                                                                                 13 de abril de 2018

Tentei essa abordagem várias vezes com pessoas como David Meade. Eu nunca consegui ninguém que aceitasse a minha oferta.

Há muita teologia envolvida em Apocalipse 12. É óbvio, por meio de uma leitura cuidadosa do Apocalipse, que os eventos ali descritos deviam “logo acontecerem” (Apocalipse 1:1) “porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1:3). Perto dos primeiros leitores [de João]. O último capítulo do Apocalipse se lê da mesma forma que o primeiro capítulo:

   "E [o anjo] disse a [João]: “Estas palavras são fiéis e verdadeiras”; e o Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou Seu anjo para mostrar aos Seus servos as coisas que devem acontecer em breve".
                                                                                (Apocalipse 22:6; 1:1)

   "E eis que cedo venho. Bem-aventurado aquele que atende às palavras da profecia deste livro”.
                                                                            (Apocalipse 22:7, 12, 20)

   "E [o anjo] disse a [João]: “Não seles as palavras da profecia deste livro, porque já está próximo o tempo” .
                                                                                 (Apocalipse 22:10; 1:3)

A vinda de Jesus mencionada no Apocalipse é uma vinda em julgamento contra a Jerusalém do primeiro século. Jesus dá uma descrição profética similar em Mateus 24:

“E ele lhes disse: 'Vocês não veem todas essas coisas? Em verdade vos digo que nem uma pedra aqui ficará sobre a outra, que não será demolida”.
(verso 2)

Quando isto aconteceu? Antes de Sua geração passar:

“Em verdade vos digo que não passará esta geração até que todas estas coisas aconteçam” .
(Mateus 24:34)

Não há necessidade de discutir os detalhes dessa interpretação neste momento. Você pode ler meu estudo do Discurso das Oliveiras em meu livro Wars and Rumors of Wars [Guerras e Rumores de Guerras]. Para um estudo abreviado do mesmo tópico, veja meu livro Is Jesus Coming Soon? [Será que Jesus virá Em Breve?]

"Enquanto os cristãos se concentram no fim dos tempos, os inimigos de Jesus Cristo cuidam de seus negócios nefastos para arruinar nosso mundo".

A teologia encontrada nas imagens de Apocalipse 12 é encontrada na Bíblia, não nas estrelas. Os corpos celestes tinham significado para as pessoas do mundo antigo, até mesmo poder sobre vidas e nações, mas eles não tinham autoridade ou poder na revelação de Deus sobre eles. Eles são objetos inanimados que são usados para sinais e estações. Eles não têm poderes extraterrestres ou terrestres sobre alguém ou alguma coisa. A astrologia é uma falsa ideologia:

Deus especifica os astrólogos como aqueles que serão queimados como restolho no julgamento de Deus (Isaías 47:13-14). A astrologia como uma forma de adivinhação é expressamente proibida nas Escrituras (Deuteronômio 18:10-14). Deus proibiu os filhos de Israel de adorar ou servir o “exército do céu” (Deuteronômio 4:19). Várias vezes em sua história, no entanto, Israel caiu naquele mesmo pecado (2º Reis 17:16 é um exemplo). Sua adoração das estrelas trouxe o julgamento de Deus em cada vez.

Israel é representado simbolicamente pelo sol, a lua e as estrelas (Gênesis 37:7). Isso não é incomum, pois Deus frequentemente usa Sua criação para simbolizar algo por analogia (por exemplo, Gênesis 22:17). A mulher vestida de sol, em pé na lua, com uma coroa de 12 estrelas não é um signo astrológico. De certa forma, é uma denúncia do que o mundo pagão acreditava, que suas vidas eram governadas por objetos inanimados e falsos deuses. Astrologicamente, o sol, a lua e as estrelas não podem transmitir a vida. Mas o plano redentor de Deus pode e faz na Pessoa de Jesus Cristo.

Apocalipse 12 é uma representação simbólica do que Deus fez. Todas as tentativas de obstruir o plano redentor de Deus falharam e falharão. Nem mesmo um dragão vermelho pode deslocar o que Deus decretou e realizou.

Já passou muito tempo para os cristãos saírem do vagão da especulação do fim dos tempos. Não é apenas anti-bíblico, mas também destrutivo pessoal e culturalmente. Enquanto os cristãos se concentram no fim dos tempos, os inimigos de Jesus Cristo cuidam de seus negócios nefastos para arruinar nosso mundo.

Saiba mais sobre esta escatologia otimista, acesse todo o conteúdo do site www.revistacrista.org

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* Saiba mais sobre o escritor Gary DeMar clique aqui

Fonte: www.americanvision.org
Acessado dia 16 de Abril de 2018.

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Notas:

1. Há uma grande confusão sobre o significado de Mateus 24:36. Jesus não está se referindo à Sua Segunda Vinda, mas a vinda do julgamento que viria sobre Jerusalém antes que a Sua geração passasse (Mateus 24:1-3). Em Mateus 24:34, Jesus disse: “Em verdade vos digo que não passará esta geração até que todas estas coisas aconteçam”. A “geração” foi a geração deles, não uma geração distante. O “dia e a hora” a que Jesus se refere é o dia e a hora em que o Templo seria destruído, um evento que aconteceu no ano 70 d.C. Eles conheciam a geração - sua geração - mas eles não sabiam o dia e a hora . É por isso que Jesus lhes disse para irem para as colinas fora da cidade quando viram certas coisas acontecerem (Mateus 24:15-20). O julgamento vindouro poderia ser escapado a pé. É óbvio que Jesus não está descrevendo uma Grande Tribulação que abranja todo o globo. Observe o que Jesus diz no verso 15: “Quando, pois, virdes" [ou vocês, uma referência direta aos primeiros discípulos] (Veja também osversos 6, 9, 20, 23, 25, 26, 33, 34). Veja mais no meu livro Last Days Madness [A Loucura dos Últimos Dias], capítulo 15.
2. Pat Robertson, “Signs in the Skies,” Pat Robertson’s Notepad (July/August 1997), 1–2.