O Retorno de Cristo

Uma das características do pós-tribulacionismo ou o amilenismo em geral é considerar a tribulação como um evento agregado a vida, mas não de forma isloda, e sim com o perfil de aprovar e consolidar os crentes. Sob este aspecto vamos considerar algumas coisas aqui.

Podemos definir o retorno de cristo como um evento que sela a passagem do povo de Deus pela terra. Será o resgate dos santos eleitos, daqueles que vivem pela fé. No entanto, estudar o evento é uma tarefa que requer tempo para retermos mais detalhes. Outra coisa significativa sobre isto é que se alguém está relutante com o momento que vive, sem entender as demandas presentes, dificilmente compreenderá as coisas futuras. O seu retorno e o transcorrer da história estão profundamente ligados e as aplicações da sua vinda estão enunciadas na vida. Então aqui, trataremos o retorno de Cristo não só de modo urgente, mas também presente e vivenciável.

As características do retorno de Cristo em vários períodos

O sermão longo de Jesus sobre os acontecimentos que apontam um período do fim tinham correlação com acontecimentos anteriores. Em Mt 24 Jesus fala sobre a destruição do templo (vs 1, 2) e nesse mesmo instante guerras e rumores (v 6); tribulações e morte (v 9); escândalo, traição e ódio (v 10); falsos profetas (v 11); esfriamento (v 12). Os cristãos em 70 d.C. sofreram já todas estas coisas quando Roma tomou Jerusalém, Lc 21:20-24 explica bem este fato. Anteriormente, em 168 a.C., através de Antioco Epifânio, Jerusalém havia passado por situação semelhante. Jesus em Mt 24.15 faz menção as perseguições dos cristãos com referência a este evento predito por Daniel (Dn 9.27; 11:31). Flávio Josefo em sua obra "História dos Hebreus" relata que apesar de Antioco não destruir o templo, ele trouxe profanação fazendo sacrifícios de porcos. Mas as destruições restantes são extremamente semelhantes as da tomada de 168 a.C.

Aprendendo a lidar com as tribulações e vivendo o retorno de Cristo

Seja a profecia de Daniel ou de Jesus, ambas apresentam uma fala sobre o transcorrer da história. Paulo também ao escrever a Timóteo em 62 d.C. (2 Tm 3:1-4) parece copiar o que Jesus disse. O relato de Jesus sobre escândalo, morte, frieza e ódio é praticamente o mesmo de Paulo sobre os homens nos seus conselhos a Timóteo. Mas não é exatamente o que vemos hoje? Jesus e Paulo parecem fazer uma crônica da vida urbana pós moderna.

Talvez antes de qualquer estudo sobre os pormenores do retorno de Cristo, seja apropriado voltarmos a um discipulado sobre vivermos de modo coerente nos prenúncios de sua vinda. Isto é de fato estar vivendo este retorno. Uma antiga canção de Sergio Pimenta nos remete a realidade esquecida: "os dias de tristeza servem mais pra destacar a imensa glória e honra com que Deus vai nos brindar". Se uma parte da vida é omitida a outra não faz sentido. Se não consideramos o propósito da tribulação não compreendemos o valor do retorno de Cristo.

Agora leve em conta isto: "combati o bom combate" (2 Tm 4:7). Quem quiser anestesiar a vida não está definindo no que crê. A inversão do bom pregada pelos falsos mestres dos periodos de Daniel, Jesus e Paulo é pregada hoje. Para Paulo o combate da fé é bom, mas hoje qualquer combate é anestesiado.

Quanto a isto podemos concluir que há dois tipos de pessoas numa mesma situação. Todos os homens estarão diante de Deus, esta é a situação. O ímpio estará tremendo na frente do trono. Ele vai perceber que sua vida foi cheia de manobras, atalhos e até encarou uns desafios, mas passou o tempo chateado com a vida, nunca satisfeitos com as coisas, por isso blasfemadores e incrédulos.

Os que amam a Deus chegaram as profundezas da vida ímpia (Ef 2:3), mas conheceram a Cristo que viveu o ato de suportar (Hb 12:2) e ensinou-nos a também suportar (2 Tm 4:5). Perceba que antes de irmos para o lugar que ele preparou (Jo 14:1-10) o nível que nos cabe é o de suportar. Não culpe a Deus por isso, nossos pecados proporcionaram tal condição. O justo está feliz porque Cristo apesar disto é a esperança.

A anestesia de hoje é a bênção, mais que tudo. Seria possível ouvirmos alguma vez que já "fomos abençoados nas benção espirituais" (Ef 1:3), todas elas contextualizadas na salvação e que isto nos leva a vivermos como se já tivéssemos ressuscitado (Cl 3.1)?

A maneira didática com que lidamos com toda provação, angústia, tribulação nos auxiliam a enxergar a grandeza da vinda Cristo. Não podemos dizer que a fé cristã pós moderna é dualista porque ela não busca nem associar tudo o que chama de bênção com o retorno de Cristo. A bênção proposta é materialista e nada tem a ver com a vida eterna. Sendo assim, a quem esperam? Se assim, sabem que devem esperar? Têm alguma noção de que anestesiados na carne são anestesiados no espírito? Se não sabem disso não saberão sobre o retorno de Cristo.

Site: www.novosreformadorescristaos.blogspot.com.br
Acessado dia 20 de Janeiro de 2014