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O Céu
Beijou a Terra:
a Encarnação[1]
Por Mark
Jones
________
...O
que é a encarnação? É o
céu beijando a terra.
...Como
disse o puritano Thomas Goodwin, quando o Filho tornou-se
carne, “céu e terra se encontraram e se beijaram,
a saber, Deus e o homem”.
...A
encarnação torna a teologia possível.
Ela possibilita a comunhão com Deus. Sejam quais
forem os benefícios da salvação
resultantes da encarnação e da obediência
de Cristo até a morte, nunca devemos perder de
vista o fato de que Cristo nos conduziu a Deus (1Pe 3.18).[2]
...Provavelmente
estou - de fato, estou - entre a minoria dos que creem
que o Filho teria se encarnado mesmo que Adão
não
tivesse pecado (posso postar minhas razões no
futuro). Afinal, como o professor Swain observou, subindo
nos ombros de Goodwin, “Cristo não veio
ao mundo para nós, mas nós viemos ao mundo
para Cristo”.
...Na
unidade das duas naturezas há a maior distância
envolvida. O Criador é identificado com a criatura.
Em Cristo, vemos eternidade e temporalidade, bem-aventurança
eterna e tristeza temporal, onipotência e fraqueza,
onisciência
e ignorância, imutabilidade e mutabilidade, infinitude e
finitude. Todos esses atributos contrastantes se unem
na pessoa de Jesus Cristo.
...Como Stephen Charnock escreveu tão bem há muitos anos:
..."Que maravilha a união de duas naturezas infinitamente distantes da forma mais íntima que qualquer coisa no mundo... Que à mesma pessoa fosse conferida glória e sofrimento; alegria infinita na Deidade e tristeza inexprimível na humanidade! Que o Deus assentado no trono se tornasse uma criança no berço; o Deus trovejante se fizesse um bebê que chora e um homem sofredor; a encarnação surpreende os homens na terra e os anjos no céu".
...A encarnação abre a possibilidade de comunhão entre Deus e o homem, que de outra forma seria impossível. O Filho, para usar as palavras de Warfield, “desceu à distância infinita para alcançar a exaltação mais concebível do homem” (Fp 2.6-11). Deus não pode comungar com o homem exceto por alguma forma de condescendência voluntária. A encarnação não é apenas condescendência voluntária, mas também a forma mais gloriosa de condescendência possível da parte de Deus, pois, por meio de Cristo, fomos conduzidos a Deus.
...Afinal,
se Jesus fosse, em todas as coisas, apenas um homem,
ele estaria, como nós, à distância
infinita de Deus. Da mesma forma, se Jesus fosse apenas
divino em todas as coisas, ele estaria à distância
infinita de nós.
Como Mediador, contudo, ele preenche a lacuna entre
o Deus infinito e o homem finito. Tudo que pertence
a Deus, Jesus possui. Tudo que torna alguém
verdadeiramente humano, Jesus possui. Dificilmente
encontraríamos
palavras melhores que as de Charnock neste ponto:
..."Nele
coexistiam a natureza ofensora e natureza a ofendida;
a natureza agradável a Deus e a natureza para
nos agradar; a natureza com que ele conheceu a excelência
divina por experiência própria — que
foi injuriada —, e entendia a glória devida
a ele, e como consequência a grandeza da ofensa,
que deveria ser mensurada pela dignidade de sua pessoa;
e a natureza capaz de sensibilizá-lo
com as misérias do homem, e suportar as calamidades
devidas ao ofensor, para que se compadecesse dele,
e fizesse a devida satisfação a
seu favor. Suas duas naturezas distintas lhe permitiam
sentir as afeições e os sentimentos
das duas pessoas que ele precisava reconciliar; era
o justo juiz dos direitos da primeira, e dos deméritos
da outra".
...Jesus
aprendeu e Jesus sabia todas as coisas; Jesus morreu
e Jesus concede vida a todas as criaturas viventes;
Jesus sugou o leite dos seios de
sua mãe e Jesus fornecia a ela o leite para alimentá-lo.
Só a encarnação
do Filho de Deus pode explicar essas declarações.
...A
encarnação do Filho de Deus significa
que Jesus é para sempre Deus e homem. Ele não
abandonou - de fato, ele não pode abandonar -
a humanidade após ascender ao céu, como
muitos cristãos imaginavam e ainda imaginam hoje
em dia. A união é indissolúvel;
ele foi ressuscitado em poder como Filho de Deus (Rm
1.4). O brilhante teólogo
holandês, Abraham Kuyper, meditando sobre João
1.14, certa vez escreveu:
...“A
Palavra se fez carne! Ela se fez carne para nunca mais
ser separada dessa carne! Nem mesmo agora assentado
no trono. [...] Ao se tornar carne, a Palavra cria
com isso a possibilidade real de que esta Criança
tome o seu lugar e que esta Criança, de carne
e osso, salve, reconcilie e glorifique você, feito
de carne”.
...Isso
nos mostra o quanto Deus ama a “carne” (i.e.,
a natureza humana). Deus está para sempre identificado
com a humanidade por causa da encarnação.
Dessa forma, o céu será um lugar “carnal”.
De forma alguma “pecaminoso”,
mas com certeza o lugar onde seremos mais humanos do
que o somos agora. Se o corpo e a alma devem ser redimidos,
Jesus deveria possuir corpo e alma, visto que não
pode ser curado o que ele não
assumiu. Um não é mais importante que
o outro, como se ansiássemos pelo dia em que
nos livraremos do corpo e viveremos como alma “flutuante”.
Longe disso. Ansiamos o dia em que o corpo e a alma,
juntos, serão transformados à semelhança
do corpo glorioso de Cristo (1João 3.2 …“seremos
semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo
como ele é”...).
..................Em
suma:
..................O Criador do homem se fez homem
..................Para
que ele, regente das estrelas,
..................fosse
amamentado pela
mãe;
..................Para
que o Pão sentisse fome;
..................A Fonte sentisse sede;
..................A Luz dormisse;
..................O Caminho se cansasse da jornada;
..................A Verdade fosse acusada de testemunho falso;
..................O
Mestre fosse açoitado;
..................A
Fundação fosse suspensa no madeiro;
..................A
Força se tornasse fraqueza;
..................A Cura fosse ferida;
..................A Vida morresse.
..................- Agostinho de Hipona (Sermão 191.1)
............................................................ Fonte: Reformation
21.[3]
Site: www.monergismo.com
Acessado Sexta-feira, 30/1/2015
_______________
Notas:
1. Traduzido por Felipe Sabino
de Araújo Neto (felipe@monergismo.com).
... Brasília-DF,
24 de dezembro de 2014.
2. 1 Pedro 3.18: “Pois também Cristo morreu,
uma única vez, pelos pecados, o ...justo
pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim,
na carne, mas ...vivificado
no espírito”.
3. http://www.reformation21.org/blog/2014/12/heaven-kissed-earth-the-incarn.php
_____________________________
Mais
Informações:
...Saiba
tudo sobre Arrebatamento, Escatologia, Armagedom, Profecia Bíblica,
Fim dos Tempos, Últimos Dias e a Volta de Jesus acessando
o site da Revista Cristã Última Chamada.
...Site: www.revistacrista.org